Carta de uma mãe, loira

Meu querido filho

Escrevo estas poucas linhas que é para saber que estou viva.

Escrevo devagar porque sei que não gosta de ler depressa. Se receber esta
carta, é porque chegou. Se ela não chegar, avisa-me que eu mando outra.

O teu pai leu no jornal que a maioria dos acidentes ocorre a 1 km de casa.
Por isso, mudamo-nos pra mais longe.

Sobre o casaco que queria, o teu tio disse que seria muito caro mandar pelo
correio por causa dos botões de ferro que pesam muito. Assim, arranquei os
botões e coloquei-os no bolso. Quando chegar aí, pregue-os de novo.

No outro dia, houve uma explosão no botijão de gás aqui na cozinha. Teu
pai e eu fomos atirados pelo ar e caímos fora de casa. Que emoção! Foi a
primeira vez em muitos anos que o teu pai e eu saímos juntos.

Tua irmã Laura vai ser mãe, mas ainda não sabemos se é menino ou menina.
Portanto, não sei se vai ser tio ou tia.

Hoje, teu irmão Marcos me deu muito trabalho. Fechou o carro e deixou as
chaves lá dentro. Tive de ir em casa, pegar a reserva para a abrir. Por
sorte, cheguei antes de começar a chuva, pois a capota estava arriada.

Se vir a Dona Esmeralda, diz-lhe que mando lembranças. Se não a vir, não
digas nada.

Um beijo,
Tua mãe Mariana

PS: Era para te mandar os 300 reais que me pediu, mas quando me lembrei já
tinha fechado o envelope.


Penso eu; isso ai rola na rede mundial de computadores. Nao gosto, acho discriminador, mas não consigo resistir a uma maldade inteligente, mesmo que ache errado.

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