Contrato para exploração da Usina de Itataia é assinado


Santa Quitéria-Ceará - Onde fica a mina

Para o empreendimento, o Governo do Ceará vai investir R$ 110 milhões em infraestrutura.

O governador Cid Gomes assinou nesta quinta-feira (23), no Palácio Iracema, o contrato para a exploração da Usina de Itataia, em Santa Quitéria, na Região Central do Ceará. A mina, que será explorada pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e pela Galvani, tem capacidade para produzir, por ano, cerca de 240 mil toneladas de fosfato e 1.600 toneladas de urânio. A previsão é que Itataia inicie suas operações no início de 2012. O contrato de exploração foi assinado pelo presidente da INB, Alfredo Tranjan; pelo presidente da Galvani, Luiz Antonio Bonagura, e pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende.
Para o governador Cid Gomes a exploração da Mina de Itataia pode ser considerada um dos projetos estruturantes do Ceará e que trará uma nova etapa de desenvolvimento do Estado, principalmente para os municípios da Região do Sertão Central. “Considero Itataia como um grande projeto do Governo, comparado a Siderúrgica, Refinaria e Transnordestina. Que, além de gerar emprego e renda a população do município e regiões vizinhas, elevará positivamente o PIB do Ceará”, destacou. Ele lembrou que a mina foi descoberta em 1976 e agora, mais de 30 anos depois, foi possível concretizar a sua exploração.
Cid ressaltou que o Governo disponibilizará a infraestrutura necessária para a exploração de Itataia, o que representa um total de R$110 milhões. Entre os investimentos citados estão a instalação de uma adutora, onde serão investidos R$ 85 milhões para sua construção, uma linha de transmissão de energia, no valor de R$ 25 milhões, a construção de uma estrada que ligará o distrito de Lagoa do Mato à Usina, com investimentos de cerca R$ 10 milhões, e ainda uma via férrea a partir da Transnordestina.
Com investimento da ordem de R$ 800 milhões, cerca de 80% assegurados por financiamento junto ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB), a Usina de Itataia concentra a maior jazida de urânio do País. Na mina o urânio se encontra associado ao fosfato. “O fosfato será utilizado na produção de fertilizantes agrícolas, aumentado em 10% a produção brasileira de fosfatados. O Brasil chega a importar 50% do total do produto consumido no Brasil”, ressaltou o presidente da Galvani, Luiz Bonagura.
Quanto a exploração, utilização e comercialização do urânio ficará a cargo da INB, que deverá produzir 1.600 toneladas anualmente, o que quadruplicará a produção brasileira, que atualmente é de 400 toneladas. A empresa pode ainda chegar a quintuplicar esse número em cinco anos, segundo disse o presidente da INB, Alfredo Tranjan. Ele também destacou a relevância social do projeto, lembrando que a exploração da mina ofertará cerca de 3 mil empregos para a região, e ainda abrirá oportunidade para instalação de outras indústrias no Sertão Central. “A região irá vivenciar um processo de interiorização das indústria do setor cearense”, destacou Tranjan. Toda a produção de urânio atenderá a demanda das novas usinas a serem construídas no país de acordo com o Programa Nuclear Brasileiro.
Para o ministro da Ciência e Tecnologia Sérgio Rezende, o Projeto Santa Quitéria é de “extrema relevância para o Sertão Central, para o Ceará, e ainda mais para o Brasil”, destacou. Ele lembrou que durante muito tempo houve ressalvas sobre a exploração de urânio no Brasil devido a alguns acidentes em usinas nucleares no exterior, mas ressaltou que o minério pode ser explorado com segurança e que é uma fonte de energia disponível na natureza.

Penso eu: Conheço bem o processo de Itataia. Fui hóspede de colegas mineiros da goelogia, ainda estudante no distante 1976. COnheci engenheiro/geólogo que morreu de cancer contraido nas pesquisas. Sei como a velha Nuclebras se comportava sobre o assunto. Só não entendo porque o Governo do Estado do Ceará gastar tanto dinheiro em infraestrutura quando há Governo Federal e iniciativa particular no jogo.

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