O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) enviou carta ao presidente do Instituto de Altos Estudos de Defesa Nacional da França, Oliver Darrason, pedindo explicações sobre o financiamento da viagem de uma comissão de deputados brasileiros a Paris para encontro com autoridades francesas, participação nas comemorações do dia 14 de julho (a queda da Bastilha) e conversas sobre as relações entre os dois países na área parlamentar.
Jungman foi um dos deputados convidados.
Sua carta:
"Senhor Olivier Darrason,
Ficamos sabendo pela imprensa, em declaração que lhe é atribuída, que o grupo privado Dassault, do setor aeronáutico francês, custeou a ida de uma recente missão parlamentar brasileira à França, da qual fizemos parte.
Tal informação nos causou profundo desconforto, além de desgaste público, pelos motivos que exponho a seguir:
* o convite nos foi feito pelo Instituto de Altos Estudos de Defesa Nacional, que o senhor preside, e é parte da estrutura do gabinete do sr. Primeiro Ministro da França. Logo, um convite público, de Estado, custeado com recursos públicos, assim entendemos todos. Pelo mesmo motivo e pelo conceito e prestígio que desfruta a França entre nós, muito nos sentimos honrados e distinguidos;
* ao representante do Instituto da Universidade Cândido Mendes, intermediário no Brasil do convite formulado em seu nome , indagamos, explicitamente, se o patrocínio da viagem era público ou privado e recebemos como resposta que os custos seriam totalmente arcados pelo governo francês;
* ainda que inexistindo qualquer conflito de interesse com relação à negociação de um amplo contrato de transferência de tecnologia, equipamentos e aeronaves, uma vez que as decisões a serem tomadas não competiam à Câmara dos Deputados e sim, exclusivamente ao Poder Executivo, jamais aceitaríamos, tanto individual quanto coletivamente, o patrocínio privado das nossas despesas, informação que, repetimos, nos foi sonegada.
Portanto, não pode ser outra nossa reação senão tornar público o desrespeito de que fomos objeto, agravado pelo fato de envolver o atual Presidente e um ex-presidente da nossa Casa, líderes e vice líderes das maiores bancadas com representação no Congresso Nacional - PT, DEM e PSDB.
Quando do fim do recesso parlamentar e reinício dos trabalhos legislativos, daremos conhecimento do inteiro teor dessa carta ao plenário da Câmara de Deputados e levaremos o assunto ao conhecimento da nossa Procuradoria parlamentar."
Penso eu: Li isso no Noblat. Que coisa, né?!
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