Valor Online
Os níveis de emprego e de produção industrial no país mostraram sensível recuperação na Sondagem Industrial referente ao segundo trimestre deste ano, que foi divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Mesmo assim, os números ainda embutem retração desses itens no setor, pois mostraram pontuações ainda inferiores a 50 pontos, índice que limita a baixa da alta.
O indicador de produção saltou 12 pontos em relação ao primeiro trimestre deste ano e ficou em 48,1 pontos. No caso do número de empregados, o indicador passou de 39,2 pontos nos primeiros três meses de 2009 para 45,1 pontos nesta medição.
Apesar do claro arrefecimento da piora do nível de atividade, a CNI avalia que a recuperação em curso será lenta e gradual, com taxas mais significativas de crescimento reservadas apenas para os últimos três meses deste ano. No geral, mesmo com uma baixa mais sutil da produção, o nível de uso da capacidade industrial cresceu apenas 1 ponto, para 69%, estando ainda muito abaixo da média histórica de 74% e 8 pontos abaixo nível registrado em junho do ano passado. Do total de empresas consultadas, 52,4% estão operando com nível abaixo do usual.
Mas a grande preocupação do setor, que são os estoques indesejáveis, ainda persistem em patamares acima do planejado. No indicador que mede a evolução desse quesito, a sondagem apontou 47,7 pontos, com queda em relação ao primeiro trimestre.
Já na medição que identifica redução de estoques, o patamar de 52,7 pontos indica que não houve queda suficiente, já que pontuações superiores a 50 neste caso apontam estoques efetivos acima do planejado.
Considerando o recorte por porte de empresas, as médias e grandes empresas ainda estão com estoques maiores que o desejado, já entre as pequenas indústrias esse quesito ficou abaixo de 50 pontos.
Outro sinal de que o cenário para a indústria está menos pesado é o fato de o problema de falta de demanda ter perdido importância. O tema persiste em segundo lugar no ranking de dificuldades da indústria, mas foi menos citado desta vez. Na lista de problemas ganhou peso a alta carga tributária.
Tal percepção é conjugada por empresas de todos os portes, mas especialmente entre as pequenas, grupo em que 69,6% dos entrevistados citam a carga de impostos como o grande entrave para seu negócio.
No âmbito financeiro, a avaliação sobre acesso a crédito nos três meses encerrados em junho ainda foi bastante ruim, com 36,9 pontos, embora tenha ficado 4,5 pontos acima do verificado ao final de março. O índice que mede a situação financeira das empresas ficou situado em 45,5 pontos, ainda distante dos 51,7 pontos verificados um ano antes. A análise sobre a margem operacional do período se manteve praticamente estável, em 37,8 pontos, ante os 36 pontos verificados no primeiro trimestre.
Os dados foram colhidos pela CNI entre 30 de junho e 17 de julho, com 1.513 empresas em todo o país e de todos os portes.
(Bianca Ribeiro | Valor Online)
Penso eu: Deve vir daí o ódio da tucanagem com o Brasil.
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