O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, criticou hoje o vazamento de informações sigilosas de inquéritos da Polícia Federal. Segundo ele, a prática de vazamento vem sendo feita com tranquilidade no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principalmente a favor de emissoras de televisão.
“A Polícia Federal, durante todo o governo Lula, praticou com grande tranquilidade o vazamento. E eu acho até que é uma das marcas da gestão Paulo Lacerda [ex-diretor-geral da instituição] na Polícia Federal era o vazamento. Só que o vazamento era dado às emissoras de televisão”, afirmou o ministro, em São Paulo, após visita ao TJ (Tribunal de Justiça) paulista.
A PF ainda não se manifestou sobre a declaração do presidente do Supremo.
Mendes também tentou amenizar a declaração do ministro Tarso Genro (Justiça) sobre o vazamento de conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal envolvendo a família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Em entrevista, o ministro disse que o vazamento “pode ser feito por advogados para desviar o foco ou para comprovar a inocência de seu cliente”.
Segundo Mendes, Tarso disse ou quis dizer que, antes da decisão do STF que liberou inquérito sigilosos a advogados, é “difícil garantir onde houve a quebra de sigilo”.
“É verdade que no modelo anterior -em que o inquérito era puramente sigiloso- havia vazamentos. Aí não se pode dizer que era culpa dos advogados pois os advogados não tinham acesso”, afirmou.
O presidente do STF disse que é contra o vazamento de informações sigilosas e defendeu um novo modelo de lei de interceptação telefônica. “Acho que realmente nós não podemos banalizar o grampo”, disse.
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