Baquit alfinetou o PT, dizendo que o partido não tem poder para induzir o governador a rejeitar uma aproximação maior com o PSDB
O presidente estadual do PSDB, Carlos Matos, afirmou, em entrevista ao O Estado no Aeroporto Internacional Pinto Martins, que os tucanos nunca mantiveram diálogo com o PT nem com o PSB para comporem o Governo do Estado. Hoje, o ninho comanda as secretarias da Justiça e Cidadania – com Marcos Cals – e do Turismo – com Bismarck Maia.
Segundo ele, a negociação foi feita diretamente com Cid Gomes. Contudo, Matos ponderou: “nós nunca fizemos aliança com o PT e o PSB e não pretendemos fazer isso agora, porque a cabeça deles é totalmente diferente da nossa, que vê tudo como realmente acontece sem qualquer sofisma”.
Carlos garantiu que, caso o PSDB decida pela permanência na base de apoio ao Executivo para a re-eleição do governador, o debate será novamente feito em canal direto com Cid. Isso, porque o presidente estadual do PSB, Sérgio Novais, já disse que não aceita qualquer coligação com os tucanos visando 2010. Dentro do PT, a postura é a mesma. “Eles se julgam acima da verdade. E não aceitamos esse tipo de situação”, adiantou.
Apesar da postura de manter o contato com o Palácio Iracema, ele argumentou que, por ora, não há nada certo no tocante à manutenção do “acordo de cavalheiros”. Afinal, o PSDB não descarta a possibilidade de lançar candidato à sucessão estadual.
De acordo com Matos, a única chance do partido abrir mão da chapa própria seria Cid assegurar que vai apoiar a candidatura de Tasso Jereissati (PSDB) ao Senado Federal. “Temos que fazer aquilo que for melhor pra nós”, avaliou, lembrando da influência das decisões nacionais – sucessão presidencial – podem ter no Ceará.
(in) Formalidade. Já o deputado estadual Osmar Baquit (PSDB) adotou outro tom quando o assunto é a eleição do próximo ano. Para ele, os tucanos não deveriam confrontar-se com Cid – que tem hoje altos índices de aprovação popular -, mas sim apoiar a re-eleição do governador, seja formal ou informalmente.
Entretanto, ele reiterou a fala de Matos no que se refere à necessidade do Palácio ficar do lado da re-eleição de Tasso. “Pelo o que ele [Tasso] vem fazendo em Brasília, na tentativa de moralizar o Senado e reduzir as desigualdades sociais no País, ele merece continuar no cargo por mais oito anos”, advogou.
Baquit alfinetou o PT, dizendo que o partido não tem poder para induzir o governador a rejeitar uma aproximação maior com o PSDB. Para o deputado, a legenda já deveria se sentir contemplada em ter a vice-governadoria – com Francisco Pinheiro - e não se preocupar com as possíveis coligações com a tônica da sucessão. “Era pra eles estarem felizes só por poderem indicar novamente alguém para a vice, mas deixando de pensar que terão direito à segunda vaga do Senado”, vaticinou.
De acordo com ele, Cid tem compromisso apenas com o deputado federal e pré-candidato Eunício Oliveira (PMDB-CE). A outra cadeira, conforme completou, ainda está em aberto e pode até mesmo ir para Tasso.
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