José Agripino Maia, líder do DEM, reúne sua bancada nesta terça (4). Deseja obter de seus liderados o assentimento para subir o tom na cruzada anti-Sarney.
Até aqui, a tribo ‘demo’ exigia que Sarney se licenciasse da presidência do Senado. Agora deve exigir a renúncia. Vão à mesa duas propostas:
1. A formulação de uma nova representação contra Sarney no Conselho de Ética do Senado, a 12ª;
2. Ou a explicitação, em plenário, do pedido de renúncia do presidente. Algo que seria feito por meio de um discurso do próprio Agripino.
“Sarney não parece disposto a deixar o cargo. Inviabiliza-se, assim, a realização de uma apuração administrativa das denúncias com credibilidade”, diz Agripino.
“Diante disso, só há um caminho: o julgamento político. Não nos resta senão trabalhar para que Sarney deixe a presidência em definitivo, não mais por licença”.
Nesta segunda (3), Agripino encomendou ao senador Demóstenes Torres (GO), promotor licenciado, a elaboração da representação contra Sarney.
O texto será submetido à bancada. Alternativamente, vai-se discutir a mera explicitação do pedido de renúncia em plenário.
“As duas providências tem o mesmo objetivo. Apenas discutirei com a bancada a fórmula mais conveniente para o partido”.
De resto, Agripino deseja obter de seus liderados o compromisso de votar contra Sarney no Conselho de Ética.
A legenda tem três representantes no colegiado: Demóstenes, Heráclito Fortes (PI) e Eliseu Resende (MG).
Na reunião em que fora aprovada a decisão de exigir a licença de Sarney, Heráclito e Eliseu posicionaram-se contra. Foram vencidos pela maioria.
Em privado, Agripino diz que não contempla a hipótese de a dupla votar a favor de Sarney no conselho.
Em último caso, oferecerá a Heráclito e Eliseu a alternativa de renunciarem ao conselho. Seriam substituídos por ‘demos’ afinados com a linha anti-Sarney.
O DEM foi a primeira legenda a abraçar a defesa da saída de Sarney, um presidente que ajudara a eleger.
Os aliados de Sarney, um pedaço do PT e Lula enxergaram no gesto um quê de oportunismo.
Alega-se que o DEM, ocupante cativo do cargo de primeiro-secretário do Senado, é co-responsável pelos desmandos administrativos da Casa.
Alheio às pedras que lhe caem sobre o telhado de vidro, o DEM parece decidido a se manter na linha de frente da guerra contra a permanência de Sarney.
Do blog do Josias de Souza
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