Contrariamente aos versos famosos de Carlos Drummond de Andrade sobre a cidade natal Itabira, são retratos na parede que não doem. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse sensibilizado, na quarta-feira à noite, 12 de agosto, com a exposição de fotografias suas no salão de eventos da Confederação Nacional da Indústria (CNI), na homenagem em que recebeu o Grande Colar da Ordem do Mérito Industrial.
Emocionou especialmente o presidente, conforme comentou com seus cicerones Armando Monteiro Neto, presidente da CNI, e José Manuel de Aguiar Martins, diretor-geral do SENAI, ao percorrer a exposição, um painel de três fotografias dele com o vice-presidente José Alencar, de 80 cm de largura por 1,40 cm de altura cada uma. A sequência mostra Lula se despedindo de Alencar na porta do avião presidencial em uma de suas viagens ao exterior.
“É uma pena que o Zé não esteja aqui conosco. Torço para que ele se recupere logo e fique comigo até o fim do mandato”, observou. Lula solicitou a Monteiro Neto e Martins que providenciassem uma cópia do painel para o vice-presidente, que continua internado em São Paulo para exames sobre a evolução do câncer no intestino.
A exposição mostra fotos em slide de Lula desde a infância pobre em São Paulo, ao lado da mãe, dona Lindu, à posse no primeiro mandato, passando por registros de sua passagem pelo curso de três anos de torneiro mecânico no SENAI.
O curso no SENAI foi enfatizado por anfitrião e homenageado nos discursos, mais tarde, no auditório lotado da CNI. “Vossa Excelência valoriza a oportunidade que o SENAI lhe proporcionou, valoriza o crescimento pessoal e desmente o vitimismo, de pessoas e países”, ecoou o presidente da CNI. “Um torneiro mecânico formado na turma de 1962 tornar-se-ia, 41 depois, o 39º presidente da República do Brasil, um presidente que jamais esquecerá o valor do aprendizado profissional na vida da juventude pobre desta nação”, respondeu Lula, em seguida.
O presidente da República chegou ao prédio da CNI, no Setor Bancário Norte, exatamente às 19h43 da quarta-feira 12 de agosto. Treze ministros de estado participaram da homenagem.
Na longa fila de cumprimentos no salão de eventos, pouco antes de percorrer a exposição de fotografias, saudou o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB, que sentaria mais tarde na mesa montada no palco, com um compromisso: “precisamos resolver o problema da fábrica de celulose”. Referia-se a projeto que o grupo Suzano planeja instalar no estado.
Abraçou efusivamente a mãe de Eduardo Campos, a deputada Ana Arraes (PSB-PE). Terra do anfitrião Monteiro Neto e do homenageado, Pernambuco, aliás, foi sempre lembrado na solenidade da CNI.
Das duas dezenas de parlamentares presentes, sete eram pernambucanos. Lula saudou duas vezes um deles, o deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE). Ao chegar, exclamou : “pequeno grande homem”. Na citação dos presentes, no discurso, fugiu do protocolo ao mencionar Patriota como “o homem que tem mais filhos no Brasil, hoje”. O deputado tem 12 filhos.
No encerramento do pronunciamento, ao desejar sorte ao Brasil, a ele próprio, aos empresários e ao povo brasileiro, o presidente da República estendeu o pedido aos goleiros do Náutico e do Sport, as duas equipes pernambucanas mal das pernas no Campeonato Brasileiro. “Sem sorte, nem goleiro do Náutico ou do Sport consegue segurar seu time”, concluiu, sob risos e aplausos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário