Com 72 anos O Estado aposta na inovação e mudança do layout
É um passo de cada vez. Com firmeza, O Estado não parou no tempo, e aos 72 anos fica mais arrojado. “Uma nova fase parece se iniciar. Esse novo design é só um começo. Temos muitas outras novidades, desafios a superar e metas para cumprir”, afirmou o diretor de operações do Jornal, Ricardo Dreher. O novo projeto gráfico poderá ser apreciado em cada página dessa edição.
Paralelo ao projeto gráfico, novos equipamentos estão chegando ao maquinário d’O Estado. Dentro de 30 dias, a capacidade de impressão do jornal vai ampliar em 50% por conta de aparelhos já adquiridos e vindos do Sudeste do País. Hoje, toda a tiragem leva em torno de 4 horas para ser concluída.
A qualidade das páginas coloridas também deve aumentar em 50%. Conforme o gerente comercial do OE, Darlan Simplício, com esse material será possível rodar cadernos tamanho tabloide completamente coloridos. No tamanho standart, mais páginas duplas deixarão de sair em preto e branco.
Por fim, a chegada de uma ferramenta chamada CTP vai dar mais agilidade à finalização das edições. “Ela elimina o fotolito. Ou seja: manda a página direto para a chapa, dando maior precisão na impressão e na qualidade de cor”, explica Darlan.
Um pouco da história
Se hoje o O Estado se apresenta assim, antes ele era diferente. Quem trabalha aqui há 14 anos, sabe contar um pouco dessa trajetória: “sem tecnologia apropriada, o paginador montava a página de um jeito totalmente diferente do que é hoje. O Jornal era montado em uma folha grande de papel, tudo colado como se fosse um verdadeiro quebra-cabeça. Era diferente e dava muito mais trabalho. Nem imagina a dor de cabeça e a demora que era. O paginador dizia as medidas, o tamanho da matéria, aí a gente digitava, passava textos cortados para ele e tudo era montado, matéria por matéria, e colado depois. Hoje, a gente monta todo o Jornal no computador. É uma maravilha. Antes, os diagramadores demoravam uma média de 1 hora e meia para montar só uma página. Com as novas tecnologias adquiridas pelo O Estado, a gente fecha uma página em pouco menos de vinte minutos. Com a tecnologia, a gente consegue fazer um jornal mais bonito”, afirmou o diagramador, J. Júnior, há 14 anos no Jornal O Estado.
Reforma gráfica
O novo projeto gráfico do O Estado foi totalmente criado e desenvolvido por uma equipe de designer, do próprio Jornal, formada por Kelton Vasconcelos, Flávio Marques e Luiz Xavier. Apesar do estreito tempo que eles tiveram para executar a revitalização das páginas, os três foram unânimes em ressaltar que o novo projeto traz beleza, qualidade e leveza às matérias produzidas pelo O Estado.
Kelton Vasconcelos destacou que o desenvolvimento do projeto foi um desafio colocado à equipe e foi executado de forma a implantar um layout diferenciado e característico às páginas do Jornal. Segundo ele, uma das maiores preocupações foi tentar incorporar a dinâmica gráfica das revistas a um design de standard, formato de página habitual do O Estado.
De acordo com ele, a inspiração para realizar a revitalização do Jornal foi adquirida através de estudos dos projetos gráficos dos principais jornais do mundo, entre eles, os americanos The New York Times e Washigton Post, e o espanhol El País. Entretanto, o novo design foi desenvolvido em vista da cultura literária do povo brasileiro.
“Os brasileiros não são acostumados a ler. Mediante isso, quebramos a cabeça para tentar fazer um projeto gráfico que chamasse a atenção do público e fizesse com que eles se interessem em ler o nosso jornal. Então, nós adequamos o que está sendo feito na Europa e nos Estados Unidos. Se observarmos o que as principais gazetas mundiais fazem, percebemos que eles estão utilizando nos jornais subterfúgios gráficos de revistas”, explicou.
Kelton observou que através dessa mudança o O Estado vai ganhar, além de beleza e leveza, uma maior visibilidade das informações, sem perder a sua principal característica jornalística, a seriedade. Ele explicou que, no layout antigo, as páginas eram mais presas e quadradas. Hoje, os diagramadores podem trabalhar com colunas falsas que permitem um maior dinamismo na distribuição das matérias na página. As fontes das manchetes também foram mudadas e as matérias que ficam abaixo da principal estão recebendo molduras para destacar imagens e texto.
“A nossa prioridade é informar. Para isso, a arte e as imagens também são importantes, já que elas despertam o interesse do público. Com esse novo projeto gráfico, poderemos brincar mais com a criatividade e tornar as páginas mais chamativas para os nossos leitores”, vibrou.
Desafio e confiança
Flávio Marques revelou que foi uma surpresa quando o superintendente do O Estado, Ricardo Palhano, reuniu-se com a equipe e lançou o desejo de mudança aos três profissionais. Segundo ele, essa atitude foi uma demonstração de confiança e a constatação da qualidade profissional dos diagramadores da casa por parte da direção do Jornal. Flávio contou que esse foi um dos maiores desafios da sua carreira e o resultado foi extremamente gratificante.
De acordo com o designer, “a nova cara” do O Estado está mais ousada e trabalhada. Ele explicou que o novo projeto permite que os designers modelem, de forma mais criativa, as matérias produzidas pelos jornalistas. Segundo Flávio, as informações estão mais destacadas e chamativas, fazendo com que as páginas fiquem mais dinâmicas.
“O desenvolvimento do projeto foi bem difícil porque tudo que está ali tem um propósito de ser. Nada está solto. Por exemplo, o fio preto colocado na cabeça da página está lá para dar maior destaque para o branco da página e, assim, deixar o visual mais leve. Tudo foi muito bem estudado e pensado. As imagens serão mais destacadas e poderemos trabalhar com recortes de fotos para que as matérias se tornem mais interessantes, visualmente, para o leitor”, destacou.
Crescimento em todos os sentidos
Luiz Xavier relatou que o desenvolvimento do novo designe foi bastante importante para o seu crescimento profissional e pessoal. Ele observou que esse desafio foi uma oportunidade rara para mostrar novas idéias e atualizar as tendências gráficas utilizadas por importantes jornais mundiais sem deixar de informar ao leitor o que há de importante a ser dito. O designer ressaltou que, durante o processo, sentiu orgulho de trocar experiências com profissionais mais antigos do Jornal.
“A experiência que tive nessas últimas semanas, desenvolvendo esse projeto, foi muito gratificante. Além de colocar em prática tudo que sei sobre a profissão, tive a chance também de aprender muita coisa com meus colegas de trabalho. Só quem tem a ganhar com isso é o nosso leitor”, pontuou.
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