Maurício Savarese *
Do UOL Notícias
Em São Paulo
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), usou palavrões para atacar o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), depois de ler em plenário nesta quinta-feira (6) a decisão de seu partido de recorrer ao Conselho de Ética contra o líder tucano na Casa, Arthur Virgilio (AM).
Mais um bate-boca no Senado
De acordo com pessoas próximas ao microfone de Renan, o líder do PMDB se referiu a Tasso como "coronel de merda". O tucano afirmou que Renan será interpelado por quebra de decoro.
A discussão entre Tasso e Renan começou depois de o senador tucano pedir que um homem fosse retirado do plenário porque estava atrapalhando os parlamentares. O peemedebista tomou o microfone e afirmou que Tasso sofria como "minoria que pensa que é maioria". E apontou o dedo ao ex-governador do Ceará.
"Não aponte esse dedo sujo para mim", disse Tasso, que ouviu Renan responder: "Dedo sujo é o seu que usou dinheiro do Senado para pagar viagens no seu jatinho".
Pouco depois, Virgilio subiu à tribuna para rebater o pronunciamento de Renan e disse que o peemedebista "pode ter cometido o maior erro da sua vida" ao atacar Tasso com palavrões. O líder do PSDB disse também que se sente satisfeito por estar em trincheira oposta à de Renan e de Sarney.
Pedido contra Virgilio
Mais cedo em seu discurso, Renan afirmou que o pedido de representação contra Virgilio é um contragolpe após as três representações que os tucanos apresentaram no colegiado contra Sarney.
"Atitudes partidarizadas requerem reciprocidade de comportamento", ressaltou Renan, da tribuna da Casa, referindo-se à representação apresentada contra Virgílio. Ele acrescentou esperar que a representação contra o líder tucano seja tratada de forma "desapaixonada".
"Ontem [5], o PMDB protocolou uma representação contra os atos praticados pelo senador Arthur Virgílio. O PMDB mantém as expectativas que essas questão sejam dirimidas de forma desapaixonadas no âmbito do Conselho de Ética", justificou Renan. "A partidarização da crise em nada contribui para solucioná-la. Ao contrário, apenas contribui para aumentá-la", completou.
Virgílio, por sua vez, disse que confia nos plenários do Conselho de Ética e da Casa para avaliar as representações apresentadas contra ele. O tucano afirmou ainda que não "faria questão" de permanecer senador caso ele fosse cassado e Sarney tivesse o mandato preservado pelos demais parlamentares.
"Aceito a representação do PMDB como um galardão, como uma medalha, e enfrentarei com a minha convicção, com as armas da minha palavra e com o meu mandato, confiando, sobretudo, no Senado", defendeu-se Virgílio.
O tucano é acusado de ter mantido o pagamento, com recursos do Senado, de um funcionário de seu gabinete que estava estudando no exterior. Também pesa contra Virgílio um repasse de US$ 10 mil feito pelo ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia - ele deixou o cargo após a descoberta de que teria omitido em sua declaração de Imposto de Renda ser dono de uma mansão em Brasília. O senador recebeu o dinheiro quando estava em viagem à França.
Música em vez de briga
Minutos depois de os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) trocarem insultos no plenário do Senado, o vice-presidente da Casa, Marconi Perillo (PSDB-GO), deixou bem clara sua distância da briga. Ele postou a seguinte mensagem no microblog Twitter: "Quero ouvir o disco Duetos de João Caetano. Sei que vou me emocionar ouvindo novamente canções que fazem parte de minha vida".
O tucano afirmou que o peemedebista é um "cangaceiro de terceira categoria" e ouviu palavrões em resposta. A sessão foi interrompida por dois minutos em seguida.
* Com informações da Agência Brasil
Penso eu: Fosse viva, Mãe Vovó Petronilha, A Racista, por certo começaria a rever seus preconceitos raciais.
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