TCE discute segurança no Ceará

O aumento da criminalidade, combatida com uma dureza que prevê resultados, é analisada por Ricardo Henrique de forma amedrontadora.


O conhecimento acadêmico como outro golpe de vista sobre a violência no Ceará foi destaque durante explanação da palestra “Violência, conflitualidade e cidadania”, ministrada pelo professor e atual pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV/UFC), Ricardo Henrique Arruda de Paula, na sede do Tribunal de Contas do Estado-CE.

O evento deveria promover um debate entre o professor e o secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS), Roberto Monteiro, porém, o representante estadual não compareceu. No Ceará, em 2009, de acordo com a palestra, houve 1609 homicídios. Entre 2009 e 2010, o índice de crimes de morte no Estado aumentou em 55%. Em Fortaleza, somente em dezembro do ano passado, foram 161 assassinatos.

A ação é uma tentativa de requerer da SSPDS e dos comandos das Polícias Militar e Civil, indicadores sobre a área de segurança pública do Ceará e a prestação de contas detalhada dos recursos investidos no setor. “É uma iniciativa inovadora e valorosa, que discute fatos e analisa a situação atual”, descreveu o presidente do TCE, conselheiro Teodorico Menezes. O pleno da Corte de Contas estava presente e o solicitante do evento foi o conselheiro Alexandre Figueiredo.

Segundo Ricardo Henrique, o aumento da criminalidade no Ceará continua sendo uma perpetuação que arrasta-se entre as gestões. “A recorrência dos grupos de extermínio, por exemplo, é parte do nosso passado que ainda está bem presente. Há a modernização e os novos preceitos de segurança, mas as mazelas continuam as mesmas”, afirmou o professor. Para ele, até a formação de policiais é questionável, do ponto de vista de socialização. “O Estado entra na favela dizendo: ‘mãos pra cima, vagabundo’! Ele [órgão do governo] não entra com saneamento básico ou escola pública de qualidade”, destacou.

COMO COMBATER
O acadêmico destacou infrações cometidas por crianças e adolescentes, fazendo sempre a ligação entre o espaço social e as medidas punitivas. “Eu vejo esses jovens como ‘meninos-medusa, tudo que eles pegam transformam em ‘pedra’. A alusão é triste e, sinceramente, acho que a legislação pesada não diminui os danos. Se implantássemos a pena de morte, a criminalidade não diminuiria”, analisou.

O aumento da criminalidade, combatida com uma dureza que prevê resultados, é analisada por Ricardo Henrique de forma amedrontadora. “Preocupo-me com a afirmação de algumas autoridades, que ao descreverem números de mortes, ressaltam deliberadamente que quem morre é bandido”, disse.

Para o conselheiro Alexandre Figueiredo, a questão da penalidade aos jovens em risco deveria ser mais efetiva. “Na Inglaterra, adolescentes que cometem crimes são condenados, porque aqui eles não são?”, indagou. As problemáticas tiveram cunho demonstrativo, no sentido de expôr o painel da violência atuante no Estado e subsidiar análises que proponham ações.

Penso eu - Pelo visto Monteiro não aguenta um debate com gente que sabe ler.

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