Portos: 14 ministérios, 112 documentos de cada navio


Lula e Pedro Brito
Gustavo Paul

Às vésperas da segunda década do século XXI, o sistema portuário brasileiro ainda está encalhado na burocracia e no atraso tecnológico. E a tendência é que isso continue nos próximos anos.

Com 95% do comércio exterior realizados por navios, o país não conseguiu ainda harmonizar o trabalho burocrático de 14 ministérios que atuam nos portos e não abrem mão de seu poder.

Segundo a Secretaria Especial de Portos (SEP), são exigidos de todos os navios que embarcam e desembarcam no país uma média de 112 documentos, que somam 935 informações diferentes, muitas vezes preenchidas em diversas vias e em duplicidade para órgãos diferentes.

Para tentar desatar esse nó, o governo começou a implantação do projeto Porto Sem Papel, cujo principal objetivo é eliminar a necessidade dessa montanha diária de papéis.

Só no Porto de Santos, o maior do país, são 3.773.800 folhas de papel anualmente, cujo peso chega a 17,4 toneladas, segundo estimativa do Sistema Federal de Processamento de Dados (Serpro)

Na quarta-feira passada, o projeto foi apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como uma solução para começar a dar cabo da burocracia.

- Não adianta fazermos um amplo projeto de dragagem e modernizar os terminais sem a desburocratização do fluxo de comércio exterior - admite o ministro da SEP, Pedro Brito.

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