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JOAO SOARES DESCOBRE QUE MARINA TAMBÉM É CEARENSE. v EJA O ARTIGO DELE.

MARINA, DILMA E SERRA
João Soares Neto


Recebi, de presente, em agosto passado, o livro “Marina – a vida por uma causa”, escrito por Marília de Camargo César. Li o livro, que não é dos melhores, mas conta a história – meio romanceada - dessa filha de pais cearenses. Pedro, seu pai, nasceu em Messejana que, no livro, é dado como “no sertão do Ceará”. Sua mãe, Maria Augusta, nasceu em Paracuru, cidade praiana. Pobres, como milhares de outros cearenses, foram tentar a vida no Acre e se uniram sob as bênçãos do patrão de Pedro, um dono de seringal.
Sendo filha de pai e mãe cearenses retirantes, Marina é, de fato, cearense. Esse detalhe, pouco divulgado, talvez demonstre sua fibra, razão de vida, mudanças e sonhos. Por outro lado, não recebi nenhum livro sobre Dilma e Serra. Procurei nas livrarias e não encontrei. Vi resumos na Internet. Ambos fizeram política estudantil, em décadas distintas. Serra, paulista, presidente da União Estadual dos Estudantes, em SP e, em seguida, presidente da União Nacional dos Estudantes, a famosa UNE, de então. Entrou na Ação Popular, movimento ligado à Igreja.
Dilma, mineira, estudou no Colégio católico Sion em BH, fez vestibular para economia e, em seguida, em plena revolução de 64, entrou no movimento Política Operária- Polop, radical, depois Val-Palmares, ao mesmo tempo em que casava com um jornalista. Perseguida, entrou na clandestinidade, separou-se e teve um novo companheiro, com quem divide filha e neta. Serra, também perseguido, abandonou curso de engenharia e daí se mandou para o Chile, onde concluiu mestrado em economia. Lá, casou com uma bailarina, mãe de seus filhos e netos. Por lá, trabalhou até a queda do Presidente Salvador Allende. Aportou nos Estados Unidos e fez doutorado na Universidade de Cornell e, após isso, pesquisa na Universidade de Princeton.
Nos anos 80, Dilma, após amargar cadeia, passa a trabalhar no serviço público no Rio Grande do Sul, onde se forma em economia. Eficiente em funções públicas, sempre seguindo a orientação, já menos radical, de Leonel Brizola, do PDT, partido a que pertenceu até 2001.
Serra fez carreira em São Paulo como deputado, prefeito, senador, ministro e governador, pelo PSDB. Foi derrotado por Lula em 2002 e, agora, em 2010, é salvo pela filha de cearenses Marina Silva, está no 2º. Turno. Dilma, por sua vez, entrou no PT em 2001, vindo do RS e, já em 2003, passou a integrar os quadros do governo Lula. Com a queda de José Dirceu, por conta do Mensalão, assume a Casa Civil e desponta, na visão de Lula, como sua sucessora. Mulher forte, descasada, apaixonada pelo trabalho e obediente às ordens de Lula, pouco a pouco, sendo mostrada aos políticos do PT e aliados como a escolhida. E assim feito, surgiu a Dilma, a mãe do Brasil, na linguagem lulista. Quase ganha no 1º. turno. Serra, estudioso, meticuloso e sisudo, lutou contra Aécio Neves e conseguiu ser candidato. Atrapalhou-se na escolha do vice e fez campanha meio perdida sem muita empatia e aliados.
São estes os nossos candidatos a presidente que, no dia 31 deste outubro, vão se encontrar outra vez. Sendo eu o marqueteiro deles, pediria, agora que têm tempos iguais de propaganda e em debates, menos sisudez, uma pitada de descontração e se deixassem perceber em suas essências como seres humanos. Se eu fosse “âncora” de programa de entrevistas pediria que eles me contassem algumas histórias leves e engraçadas, dissessem uma piada, cantassem uma música, algo assim. O Brasil precisa de gente séria, mas não de carrancudos, o tempo todo. Nem tanto Lula, nem tampouco Dilma ou Serra. O ideal seria misturar a descontração total do Lula com a caturrice dos dois e dividi-la em partes iguais. Um lembrete, Obama, antes de ser presidente, escreveu dois livros biográficos. Agora, em meio a guerras com muçulmanos e problemas com os republicanos, tem 2.000 músicas em seu I-Pod. Um dos seus cantores preferidos é John Coltrane. Quais são os preferidos de Dilma e Serra?

Postado por Wilson Ibiapina, do PEssoal do Blog em Brasilia.

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