
Valho-me da lucidez do Nelson Motta, para insistir no problema do racismo e da intolerância de uma certa elite brasileira. A estupidez humana não conhece limites, principalmente quando acredita estar agindo em nome de Deus ou “fazendo o bem”. Além de tentar controlar e censurar a liberdade de opinião, o politicamente correto agora quer reescrever a História. Nos Estados Unidos, “Huckleberry Finn”, de Mark Twain, um clássico da literatura americana, foi banido em muitas escolas, sob a acusação de racismo. Porque no livro, que se passa no século 19, os negros são chamados de “nigger”, um pejorativo pior do que “crioulo”. Por ironia, os negros americanos modernos resgataram criticamente a palavra maldita e se tratam entre si pelo vocativo “nigga”, um equivalente afetuoso de “negão”. Garotos negros e brancos continuam se encantando com os livros de Mark Twain. E o racismo é história. No Brasil, macaqueando o gringo, querem banir das escolas o clássico infantil “Caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, por suposto conteúdo racista, ao comparar Tia Nastácia a uma macaca quando ela trepa agilmente em uma árvore fugindo de uma onça. Numa edição mais correta, Tia Nastácia deveria ser comida pela onça. E não haveria nenhuma caçada, porque a onça é um animal em extinção e a simples ideia de caçá-la é intolerável em “um mundo melhor”. Tia Nastácia foi um dos grandes amores de minha infância e de todos que leram os livros de Monteiro Lobato. Era carinhosa, sabida, engraçada, popular, uma queridona. A cor de sua pele sempre foi um detalhe e só serviu para me incutir a ideia de que gente de qualquer cor poderia ser adorável. Ou detestável. Foi uma vigorosa contribuição contra os preconceitos e a intolerância. Graças ao amor e à sabedoria de uma velha caipira e uma negra analfabeta, Pedrinho, Narizinho e várias gerações de brasileiros receberam uma rica educação, baseada na cultura e na aventura, na liberdade e na alegria. Com impecável ética pessoal, Dona Benta e Tia Nastácia, além de divertir e ensinar, passavam às crianças valores universais. Mais correto seria adotar em todas as escolas brasileiras o “Guia politicamente incorreto da História do Brasil”, de Leandro Narloch. Para educar os educadores.
Rachel, a poetisa
Inédito há 82 anos, o livro de poemas Mandacaru, de Rachel de Queiroz, será finalmente lançado hoje durante a abertura das comemorações do centenário de nascimento da escritora cearense (17/11/1910-4/11/2003) pelo Instituto Moreira Salles (IMS) do Rio, que programou para a data uma série de eventos. Entre as atividades está a exposição Rachel de Queiroz Centenária, que tem curadoria do consultor literário da instituição, o poeta Eucanaã Ferraz.
• concurso na ect -
Os Correios suspenderam as provas do concurso público da estatal previsto para o dia 28.Não há nova data definida, mas a estatal quer que ela seja breve, pois necessita de profissionais.
• campeão de inscritos -
A seleção é a maior em curso no País, com mais de 1,5 milhão de candidatos inscritos. O objetivo é preencher 6.565 vagas em todo o País. Os salários oferecidos vão de R$ 706,48 a R$ 3.108,37.
• crise cresce em portugal -
O fracasso em obter uma coalizão governista ampla para enfrentar a crise financeira poderia forçar Portugal a abandonar o euro, disse o ministro das Relações Exteriores em entrevista.
• só lembrando -
Tiririca foi eleito com 1.353.820 votos. Com o resultado expressivo, o humorista foi fundamental para eleger outros três candidatos pelo sistema de quociente eleitoral. 1.353.820 abestados!
• outro monstrengo -
Conseguiram violentar mais um pouco do pedaço histórico da Base Aérea de Fortaleza. Sem cultura preservacionista da história, os soldados do ar mataram a entrada do prédio e agora fizeram outro caixote ao lado.
• só dá eleição da mesa -
Deputados estaduais nem discutem as Secretarias do Governo Cid. Não têm cacife pra isso, apostam alguns oposicionistas. Por isso só pensam nos lugares da Mesa diretora da AL. É o futuro que lhes foi reservado.
macariob@uol.com.br
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