Ciro diz que prefere Saúde a reassumir a Integração


Roosewelt Pinheiro/ABr

Ciro Gomes fez chegar a Dilma Rousseff a informação de que que prefere assumir o Ministério da Saúde a retornar à pasta da Integração Nacional.

A informação foi às páginas da Folha. Conforme noticiado aqui na noite de domingo (12), Dilma admitira, em privado, a hipótese de entregar a Saúde a Ciro.

Não é, porém, sua primeira opção. Prefere acomodar Ciro na Integração. Ou, no limite, na Secretaria de Portos, que ganhará a gestão dos aeroportos.

A eventual migração de Ciro para a Saúde contentaria a cúpula do PSB, que tenta converter o filiado ilustre em ministro da “cota” de Dilma.

A pretensão da legenda é a de manter inalterado o desenho original, que prevê:

1. Fernando Bezerra, secretário de Desenvolvimento do governo pernambucano de Eduardo Campos iria à pasta da Integração Nacional.

2. Um deputado federal do partido ocuparia a Secretaria de Portos e Aeroportos –A bancada prefere Márcio França (SP); os operadores de Dilma, Beto Albuquerque (RS).

Pelo plano original, Dilma entregaria a Saúde a um técnico do setor ou a um indicado do PT.

O ministro petista Alexandre Padilha (Relações Institucionais), médico sanitarista, faz lobby pelo posto.

A formação universitária de Ciro passa longe da medicina. Graduou-se em Direito pela Universidade Federal do Ceará.

Parece interessado em mimetizar a trajetória do arquirival tucano José Serra, que, versado em economia, geriu a pasta da Saúde sob FHC.

Ex-governador do Ceará, ex-ministro da Fazenda de Itamar Franco e ex-titular da Integração Nacional de Lula, Ciro não teria dificuldades para dirigir a Saúde.

Sobretudo num instante em que o setor, às voltas com o diagnóstico de subfinanciamento, reclama a presença de um gestor, não de um médico.

Ao admitir, ainda que como mera cogitação, a alternativa de entregar a Saúde a Ciro, Dilma como que açulou a pretensão do “convidado”.

Vai a teste agora a validade da retórica da presidente eleita. Em viagem à Europa, Ciro deve retornar ao país nesta terça (14).

Sua movimentação contrasta com o que ele dissera à direção do PSB. Excluído da disputa presidencial, absteve-se de disputar a reeleição para a Câmara.

Declarara ao partido que não tinha interesse em voltar ao primeiro escalão. Iria, segundo suas palavras, “dar um tempo” da política. Como se vê, era lorota.

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