DEU EM O GLOBO

Antes mesmo da posse, desgaste entre PT e PMDB
Aliados vão recusar secretaria

Gerson Camarotti e Jailton Carvalho

Um mês depois da eleição de Dilma Rousseff para presidente, e antes mesmo de sua posse, a relação entre PT e PMDB está completamente deteriorada por causa das negociações para o loteamento político do futuro governo.

A mágoa dos aliados será explicitada hoje. Em resposta ao enquadramento recebido de Dilma na sexta-feira, quando a presidente bateu pé e só deu quatro pastas para o PMDB, a cúpula do partido decidiu recusar o convite para o ex-governador Moreira Franco (PMDB-RJ) ocupar a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), como uma espécie de prêmio de consolação para o vice-presidente eleito, deputado Michel Temer (PMDB-SP).

— Vamos recusar a SAE. É uma humilhação dar para um dos principais quadros do partido um ministério de nada. Moreira não precisa de cargo. Ele largou um salário de R$ 50 mil de vice-presidente da Caixa para ajudar na campanha. Não é assim que se trata um aliado — desabafou um dos lideres peemedebistas que negociam a participação do partido no governo.

Mas o núcleo básico da transição acredita que a recusa do PMDB é apenas uma tática de negociação.

— O PMDB terá quatro ministérios e, talvez, a SAE, no lugar do quinto que estão pedindo. Não dá para ser mais — disse um importante interlocutor da presidente eleita.

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