Dilma defende corte de gastos e reaproximação com os EUA

Este blog adiantou na sexta feira a entrevista da Presidenta eleita...
WASHINGTON - A presidente eleita, Dilma Rousseff, manifestou especial apreço pelo líder americano Barack Obama e defendeu uma política de reaproximação entre os dois países. Em entrevista ao jornal americano "The Washington Post", publicada neste fim de semana, ela também afirmou a necessidade de uma redução da dívida pública brasileira com um corte de despesas que permita manter o crescimento econômico e evitar o aumento da inflação.

As relações entre Brasil e Estados Unidos foram recentemente esfriadas, em grande parte, por causa de profundas discordâncias na abordagem sobre o controle do programa nuclear iraniano - Brasil e Turquia acertaram um acordo à parte com o Irã, enquanto Washington insistiu na aprovação de sanções no Conselho de Segurança da ONU. Dilma pretende, pelo menos no discurso, reaquecer as ligações entre Washington e Brasília.

- Considero a relação com os EUA muito importante para o Brasil. Vou tentar construir laços próximos com os EUA. Eu tenho uma grande admiração pela eleição do presidente Obama. Acredito que os EUA, naquele momento, revelaram uma enorme capacidade de mostrar que são uma grande nação, e isso surpreendeu o mundo. Talvez seja muito difícil eleger um presidente negro nos EUA, como era difícil eleger uma mulher presidente do Brasil - disse Dilma ao "Washington Post".

Ao tratar da crise econômica que afeta os países desenvolvidos, Dilma lançou um recado direto a Washington:

- Ninguém ficará confortável se os EUA tiverem elevados índices de desemprego. A recuperação dos EUA é importante para o Brasil porque os EUA possuem um extraordinário mercado de consumo. Hoje, o maior superávit de comércio dos EUA é com o Brasil - observou.

Ela aproveitou para criticar a atual desvalorização do dólar americano, o que é prejudicial ao comércio mundial e ao Brasil.

- Para nós, uma política de dólar fraco não é compatível com o papel que os EUA desempenham devido ao fato de que a moeda dos EUA serve como uma reserva internacional. E uma política de desvalorização sistemática do dólar pode desencadear reações de protecionismo, o que nunca é uma boa política a ser seguida - alertou.

Na economia, Dilma sinalizou a continuidade ao "bem-sucedido governo Lula":

- Conseguimos controlar a inflação, ter um regime flexível de taxa de câmbio e consolidação fiscal de modo que, hoje, estamos entre os países que possuem a proporção mais baixa da dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, não temos um déficit significativo. Não quero me gabar, mas temos um déficit de 2,2%. Nos próximos quatro anos, pretendemos reduzir a razão entre dívida e PIB e garantir estabilidade inflacionária - prometeu

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