O vereador Ciro Albuquerque (PTC) criticou na manhã de ontem as declarações da prefeita Luizianne Lins (PT), como divulgou a edição de segunda-feira do jornal O Estado, que nas eleições de 2012 elegeria até “um poste com a luz apagada”. Para o petecista, ao fazer tal afirmação, Lins desrespeita os aliados que a ajudaram a reelegê-la, além da Câmara Municipal e a população de Fortaleza.
Ao iniciar o debate, o vereador quis saber como Luizianne aborda os parlamentares aliados. “O que ela [Luizianne] deve estar dizendo e tratando os vereadores da base aliada, quando chama os seus aliados de poste sem luz”, questionou, solicitando que os parlamentares da base aliada façam uma análise do fato. Ciro disse, ainda, que Luizianne precisa se preocupar com os projetos inacabados, e não tratar de fazer seu sucessor. “Ela deve falar de seus projetos, das dificuldades para concluir as obras em andamento. Ela deve falar das soluções que está buscando para os gargalos do Município”, alfinetou. Segundo ele, as informações demonstram que a prefeita já reconhece o “desastre” de sua gestão.
Em aparte, Vitor Valim (PHS) afirmou esperar que o sucessor da petista não seja apenas um poste para “cachorro urinar”. Ele, aliás, disse que a declaração soa autoritária e truculenta aos aliados. Para o humanista, Lins esquece que teve ajuda de outros partidos para ser reeleita. O vereador considerou ainda que, se fosse outro gestor o autor de tais afirmações, os aliados de Luizianne o classificaria de “autoritário”.
Ousadia
Para Ronivaldo Maia (PT), líder da prefeita na CMF, a declaração foi uma forma ousada da prefeita. “Quem não pensa em eleger seu sucessor?” Tentando minimizar as palavras de Lins, Ronivaldo fez questão de ressaltar os recursos liberados pelo Governo Federal, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para iniciar as obras de requalificação da praia do Titanzinho, além da construção de 1.118 unidades habitacionais, além da recuperação ambiental e urbana de áreas degradadas da Cidade.
Segundo o petista, Luizianne irá trabalhar para terminar a gestão com bons resultados. Plácido Filho (PDT), líder da oposição, afirmou querer que a prefeita terminasse pelo menos as obras paradas. O pedetista aproveitou ainda para cobrar a visita dos secretários municipais à Casa para prestar esclarecimento.
NA AL
“Eu me pergunto até que ponto a população de Fortaleza está preparada para engolir um poste. E que ele não venha com uma carga elétrica para matar essa população já tão sofrida da nossa cidade”. Assim falou o deputado Ely Aguiar (PSDC), ontem, na tribuna da Assembleia, em reação às declarações proferidas no dia anterior pela prefeita Luizianne Lins (PT).
Antes de viajar a Brasília, onde participaria de cerimônia de lançamento da segunda etapa do chamado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Luizianne disse à imprensa que os opositores dela terão uma supresa na eleição municipal de 2012. “Quem achar que estou morta politicamente vai quebrar a cara. Vou eleger meu sucessor. Vou eleger até um poste com a luz apagada”.
Ely considerou tal promessa um desrespeito aos fortalezenses, que, segundo ele, estão cansados da gestão de “fantasia” de Luizianne: “Não queremos essa Fortaleza bela e fantasiosa, mas sim um administrador que procure melhorar a qualidade de vida das pessoas”. O que a Capital precisa, continuou o deputado, é de um prefeito que, entre outras coisas, “busque soluções para o trânsito da cidade, que está cada vez pior”.
NA CARONA DO LULA
Os tucanos, em apartes, acrescentaram queixas contra a prefeita do PT. Para Marcos Cals (PSDB), Luizianne não pode adotar essa “posição debochada em relação à população de Fortaleza”, visto que, segundo ele, “nada anda” sob a administração da petista. “Quando se fala em obra da Prefeitura de Fortaleza, todo mundo fica pessimista. Não terminaram o Jardim Japonês na avenida Beira Mar, nem a reforma do estádio Presidente Vargas, muito menos o Hospital da Mulher”. O tucano, aliás, disse não saber se a prefeita estava falando sério ou brincando. “Ela disse que não está morta. Na verdade, o que a gente queria era que ela começasse a trabalhar”.
João Jaime, líder da bancada tucana, viu “soberba” nas palavras de Luizianne. “A administração de Fortaleza é um caos, e ela diz que vai eleger até um poste. Isso é zombar com a população”. Jaime prosseguiu com a lista de obras da Prefeitura petista que se arrastam sem data de conclusão ou que não correspondem à propaganda. “Fizeram um oba-oba com o Cuca da Barra do Ceará. Pode ir lá agora para ver, não tem nada funcionando”.
Cirilo Pimenta e Moésio Loiola também criticaram os talentos administrativos de Luizianne e foram além: afirmaram que a petista teve sucesso nas urnas pegando carona da popularidade de um famoso correligionário. “O excesso de popularidade de Lula fez com que muitas pessoas, sem condição alguma de administrar uma cidade, fossem eleitas”, disse Moésio.
TIN GOMES TRADUZ
O vice-prefeito e deputado estadual eleito Tin Gomes (PHS), que ontem de manhã passeava politicamente pela Assembleia, tentou traduzir e minimizar o impacto causado pela fala de Luizianne. “A declaração da prefeita foi feita de uma maneira comparativa. O que ela quis dizer é que, nesses dois anos que faltam, haverá tanto trabalho em favor de Fortaleza que em 2012 ela estará com condições de eleger até um candidato sem expressão política”. (com informações de Bruno Pontes e Laura Raquel)
Penso eu - Devia estar numa ressaca horrível! Ninguém de ressaca pode ser responsabilzado pelas besteiras que diz.
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