Gony Arruda usa exemplo de Marcos Cals e diz não temer punição tucana

Por Bruno Pontes
Da Redação

O deputado Gony Arruda (PSDB) afirmou ontem que não teme ser expulso do partido por aceitar “a honrosa missão de fazer parte do governo Cid Gomes” como secretário do Esporte, visto que a decisão foi referendada pela maior parte da bancada tucana na Assembleia Legislativa. “Consultei os deputados eleitos do PSDB e mais os primeiros suplentes. A maioria me apoiou”, reiterou Gony, ontem, na Assembleia, após assumir a presidência da Casa com a renúncia do deputado e futuro governador Domingos Filho (PMDB).

Na terça, falando ao jornal O Estado, o presidente do PSDB cearense, Raimundo Gomes de Matos, observou que a explicação de Gony não é de toda aceitável. “O partido não é formado de uma parte dos deputados estaduais; existem os deputados federais, os prefeitos, os vice-prefeitos e os vereadores que compõem o todo”. As palavras do dirigente, contudo, não incutem medo no futuro secretário, segundo quem a opinião da bancada precisa ser respeitada pela direção tucana. “Não posso acreditar que um partido desconsidere uma decisão consolidada pela ampla maioria de seus parlamentares”, afirmou Gony.

Descartando a possibilidade de ser expulso da legenda, Gony utilizou um caso público e recente para explicar sua tranquilidade: segundo ele, Marcos Cals não comunicou a Executiva do PSDB quando, a convite de Cid, assumiu a Secretaria de Justiça, em 2007, e não sofreu qualquer punição por isso. “Não houve consulta à Executiva na vez passada”, disse Gony. “Vocês [imprensa] podem perguntar ao então presidente do partido, Raimundo Viana, que ele vai confirmar”.

SUPLENTES ASSUMIRÃO
Gony, primeiro vice-presidente da Assembléia, assumiu o comando da Casa em uma breve e informal solenidade com o agora ex-presidente Domingos Filhos e integrantes da Mesa Diretora, além dos futuros secretários Mauro Filho (Fazenda) e Nelson Martins (Desenvolvimento Agrário). Gony fica pouco tempo no novo posto. Do dia 3 de janeiro ao primeiro de fevereiro, o segundo na hierarquia da Mesa, o deputado Francisco Caminha (PHS) será o presidente do Legislativo.

Como informou Domingos, os deputados que vão para a equipe de Cid (Mauro, Nelson, Gony e Ivo Gomes) darão lugar aos suplentes da coligação de 2006, em consonância com o regimento da Casa. Assim, os beneficiados são, pela ordem: Jaziel Pereira (PMDB), Marcelo Sobreira (PSB), que é secretário adjunto da Saúde, e Rômulo Coelho (PSB). Caso Sobreira permaneça na secretaria, Guaracy Aguiar (PRB) entra no lugar dele e Rômulo fica de fora.

No lugar de Gony, assume Luiz Pontes (PSDB). O curto mandato desses suplentes vai até o dia 31 de janeiro, data em que se encerra a atual legislatura. Neste dia, Domingos Filho renuncia ao mandato de deputado para tornar-se vice-governador de fato.

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