Lula visita Transnordestina e anunciará refinaria
Presidente voltará ao Ceará para lançamento da refinaria de petróleo
Quem pensava que Lula estaria vindo ao Ceará pela última vez ontem, neste seu segundo mandato, errou. Ele anunciou, mesmo depois do discuso de Cid Gomes, fazendo suas despedidas ao presidente, e agradecimentos ao nordestino que mudou a vida do brasileiro, que no dia 28 deste mês de dezembro estará no Ceará para o lançamento da pedra fundamental da refinaria que produzirá 300 mil barris de combustível.
Lula veio ao Ceará para uma visita ao canteiro de obras da Ferrovia Transnordestina, que liga os portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco, ao cerrado do Piauí, no município de Eliseu Martins. O presidente percorreu os quase 16 quilômetros de linha concluída no trecho entre Salgueiro, em Pernambuco, e Missão Velha, no Ceará, até o chamado marco zero da ferrovia, em território cearense. Em seguida, aqui em Missão Velha, participou de cerimônia alusiva à visita e de assinatura da contratação dos lotes 2 a 11 do trecho Missão Velha-Pecém.
VAIA SÓ PARA O PREFEITO
Cearense é cearense, brincalhão em qualquer lugar e, enquanto esperava Lula, num ambiente armado para a solenidade de assinaturas de documentos, em Missão Velha, resolveu brincar de aplaudir. Cada pessoa que aparecia no palco, fosse segurança, eletricista ou cabo-man de televisão, ganhava aplausos estrondosos. Vaia mesma só uma, quando o locutor oficial convidou para ir para o palanque o prefeito Manuel Santana (PT), de Juazeiro do Norte.
Na comitiva presidencial estavam três senadores cearenses, os dois eleitos em outubro e Inácio Arruda (PCdoB). Dois deputados federais, Arnon Bezerra (PTB) e Raimundo Macedo (PMDB) e vários empresários, entre eles os presidentes da Andrade Gutierrez, Galvão Engenharia e Norberto Odebrecht. Falou em nome deles, fazendo saudação a Lula e ao empreendimento, o empresário Benjamin Strainbuch, convidado do presidente que veio em sua comitiva, de Brasília.
DISCURSO AUTOELOGIOSO
Lula desfilou, em seu discurso, um rosário de histórias suas, de vida, mostrando que foi um exemplo de superação em tudo e se auto-determinou um predestinado. Criticou os políticos brasileiros que faziam e fazem política sem paixão, sem emoção, sem garra. E avivou a memória dos brasileiros: - No meu primeiro discurso no meu primeiro mandato, disse que se conseguisse fazer com que o povo brasileiro comesse três vezes ao dia, café da manhã, almoço e janta, estaria profundamente feliz. Hoje, destacou, estamos construindo ferrovias como esta que ficará pronta em 2012.
Com bom humor à flor de pele, Lula contou a velha piada que criou: - Quando eu fui eleito muita gente perguntava: Como é que o Lula vai presidir o Brasil sem saber falar inglês? Ora, aí eu perguntei de volta: Minha gente, como é que o Bill Clinton vai governar os Estados Unidos sem falar português? Pois foi este metalúrgico, disse, que sem falar inglês e de vez em quando falando português errado, mas que o povo entende, que trouxe água para o Ceará.
Dom Pedro em 1847, viu as secas no Nordeste e com todo o poder de um rei, não conseguiu. Foi preciso o filho de dona Lidu, marido da dona Marisa Letícia sair lá do sertão de Pernambuco e puxar água do São Francisco para dar de beber a paraibanos e cearenses. Lembrou José Alencar, seu vice, para prestar uma homenagem a ele, lamentando sua ausência: “O Alencar está hospitalizado, se recuperando no hospital. Queria muito que ele estivesse hoje aqui para hoje (ontem) à noite eu tomar uns goles com ele”.
Discursou ainda sobre empreendedorismo, auto-estima, criticou os políticos cearenses que derrotou e botou culpa na situação de pobreza do Nordeste, no universo político. “A classe política tem culpa dessa situação. Agora, a geração do Cid Gomes tem a responsabilidade de redimir e recuperar o tempo perdido. Não fizemos tudo em quatro anos, mas lutamos para fazer”. Em seguida Lula voltou a falar em ferrovia e transposição para se despedir dizendo: “Eu tinha a responsabilidade de mudar. A Dilma, tem a responsabilidade de dar continuidade a essas mudanças tão necessárias à Nação”.
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