70% do plantio de maconha no Paraguai é de brasileirosSérgio Ramalho, O Globo
Comparada a uma partida de xadrez, a ocupação dos complexos do Alemão e da Vila Cruzeiro deixou em xeque a maior facção criminosa do Rio.
Porém, o movimento que pode levar a um xeque-mate depende do governo federal e deve ser feito a 1.614 quilômetros do estado, na fronteira com o Paraguai.
No país vizinho, um consórcio de traficantes cariocas e paulistas domina 70% das áreas de plantio de maconha em Capitán Bado e Pedro Juan Caballero, cidades na fronteira com o Mato Grosso do Sul. Um negócio milionário que tem à frente o traficante Marcelo da Silva Leandro, o Marcelinho Niterói.
O domínio das áreas de plantio garante lucros astronômicos às duas facções criminosas.
Para se ter uma ideia das cifras, um quilo da droga no Paraguai é comprado por valores que variam de R$ 15 a R$ 30. Vale lembrar que R$ 1 equivale a 2.700 guaranis, a moeda paraguaia. No Rio, o quilo da droga varia entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil, garantindo uma margem de lucro superior a 3.000%.
A promotora Jiskia Trentin, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Mato Grosso do Sul, estima em US$ 20 milhões (R$ 34 milhões) as cifras movimentadas mensalmente pelo tráfico de maconha na fronteira.
As áreas de plantio da droga no país ocupam seis mil hectares, aproximadamente 64,8 mil metros quadrados ou seis mil campos de futebol. O número consta do relatório mundial sobre drogas 2010 da ONU e foi estimado em 2008 pela Secretaría Nacional Antidrogas (Senad), do Paraguai.
Juntas, as facções carioca e paulista dominam as regiões, onde estão concentrados 4,2 mil hectares - 48,6 mil metros quadrados - de terras usadas no cultivo da Cannabis sativa.
A cidade paraguaia de Capitán Bado figura como o principal reduto do bando.
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