WikiLeaks: saia-justa na diplomacia


Foto: / Reuters


WikiLeaks põe em debate direito de governos ao segredo e de cidadãos à informação

Deborah Berlinck, Fernando Eichenberg e Fernanda Godoy, O Globo

O vazamento de 250 mil documentos sigilosos produzidos por diplomatas americanos em diferentes regiões do globo desaguou em interrogações sobre a era de informações digitalizadas e de privacidades ameaçadas por hackers e ciberataques.

Além da exposição de indiscrições sobre líderes mundiais, as revelações divulgadas pelo site WikiLeaks evidenciaram a questão sobre a fragilidade e o futuro da segurança de dados num mundo de crescentes comunicações virtuais.

Para especialistas, o Big Brother diplomático, do qual o Departamento de Estado americano foi o protagonista nos últimos dias, é apenas o início de uma situação que vai afetar governos, empresas e até ONGs ou organizações filantrópicas no século XXI.

- Esse problema não é só americano, e não vai sair de cena. Os EUA são a superpotência global dominante e, por isso, as pessoas estão mais interessadas nos nossos negócios do que em saber o que os diplomatas de Ruanda contam. À medida que o Brasil aumenta seu papel no mundo, as pessoas estarão mais interessadas nos diplomatas e nos documentos brasileiros - disse James Lindsay, vice-presidente do Council on Foreign Relations e ex-diretor para assuntos globais do Conselho de Segurança Nacional.

O Departamento de Estado não hesitou em acusar o fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, de delinquente irresponsável e anarquista.

Mas poupou de críticas a mídia, absolvida pela filtragem dos documentos, publicados com a preocupação de evitar inundações perigosas nos vazamentos diários de informações de bastidores diplomáticos.

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