“Dilma não é tão brincalhona. Lula parava a reunião para contar uma piada. Com Dilma não tem recreio, só antes ou depois da reunião”.
Deve-se a avaliação acima à petista Iriny Lopes, uma das selecionadas por Dilma Rousseff para adensar a cota de saias da Esplanada.
Nova titular da Secretaria de Políticas para Mulheres, Iriny contou, em entrevista, que vai cultivar “três objetivos centrais”.
Um deles é “a inclusão econômica e social das mulheres”. Natural, já que a mulher ainda recebe salário médio inferior ao do homem.
“Outro ponto”, disse Iriny, “é institucionalizar a setorialidade das políticas”. Aqui, ou a ministra traduz o “irinês” para o português ou não será compreendida.
“A terceira meta é estender essa visão [da institucionalização da setorizlidade das políticas] aos governos e prefeituras”. De novo, “irinês” em estado bruto.
A ministra quer levar as ações de sua pasta ao asfalto no Carnaval. Em 2011, a terça-feira gorda –8 de março— coincide com o Dia Internacional da Mulher.
A ministra conta que tem “articulado reuniões com prefeitos de capitais, governadores e escolas de samba”. Para quê?
“Para levar ao Carnaval, sobretudo no Rio de Janeiro, marcando a Sapucaí, a presença da mulher”.
Misturar a causa feminina aos festejos da carne pode não ser bom negócio. No Carnaval, a mulher se torna uma espécie de Judas do feminismo.
Os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas são dominados pela fêmea-foliã, não pela mulher-cabeça.
Pode-se enxergar o Carnaval de diversos ângulos. Do ponto de vista sociológico, é manifestação genuína da cultura popular.
Submetido à ótica da Igreja, é festa pagã. Finalmente, filtrado pela lente da câmera de TV, o Carnaval é a bastilha do feminismo.
Na avenida, a causa libertária da mulher é como que esquartejada em meia dúzia de cenas. O cinegrafista costuma servir a mulher aos pedaços.
Esfrega na cara do telespectador ora o seio ora a nádega. Ora o umbigo ora o púbis. De resto, a TV dá forma auditiva à degradação feminina.
Despeja no tapete da sala entrevistas em que a fêmea-foliã expõe a pior forma de nudez: a nudez cerebral.
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