A crise envolvendo o PMDB fez a presidente Dilma Rousseff cancelar a segunda reunião de coordenação de governo desde que assumiu a Presidência. No lugar, foi convocada uma reunião reduzida para discutir a relação com os peemedebistas. O partido reivindica assento no grupo, o núcleo duro do Executivo, mas Dilma já avisou que não acatará a demanda. O Palácio do Planalto divulgou que Dilma se reuniria, às 11 horas, com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), ponte institucional entre o governo e a legenda aliada e único representante da sigla na coordenação.
Participaram ainda do encontro os ministros Antonio Palocci (Casa Civil) e Luiz Sérgio (Relações Institucionais). O partido do vice está insatisfeito com a distribuição dos cargos de segundo escalão. Já perdeu espaço nos Correios, deve ficar sem o controle da Funasa e pode deixar de controlar estatais do setor elétrico, como a Eletrobrás. Os primeiros movimentos da presidente mostram sua resistência em se curvar a todas as pressões peemedebistas. Por outro lado, ela tem sinalizado a interlocutores que deseja abortar qualquer foco de crise por temer reflexos na eleição da presidência da Câmara e na votação de projetos importantes no Congresso, como o novo salário mínimo, fixado em R$ 540,00, ainda no governo Lula.
Sobre o pedido do PMDB de ampliar a coordenação de governo, a presidente chegou dar o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) como exemplo. Antes integrante do grupo por comandar o Planejamento, ele perdeu lugar nas reuniões palacianas por ter trocado de ministério. Participam do núcleo duro de governo a presidente, o vice, os titulares da Casa Civil, Fazenda, Planejamento, Justiça, Relações Institucionais, Secretaria-Geral, Comunicação Social, além do chefe do gabinete presidencial.
REFORMA TRIBUTÁRIA
Além da reunião com Temer, Dilma fez anteontem sua primeira reunião com uma equipe de ministros para discutir uma proposta de reforma tributária. Participaram os ministros Guido Mantega (Fazenda), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Miriam Belchior (Planejamento) e Palocci, além do secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa.
A presidente deve enviar uma nova proposta ao Congresso e definiu como prioridade pelo menos três pontos: unificação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), desoneração da folha de pagamento e redução de impostos sobre investimentos. Nelson Barbosa será o responsável pela redação da proposta de reforma tributária. A intenção é elaborar um texto mais simples, com compensações para os Estados que venham a ter perdas com a mudança na legislação do ICMS.
Dilma não inova e indica antigos colaboradores
A presidente Dilma Rousseff decidiu não inovar na escolha de seus mais próximos assessores na Presidência da República. Dez dias após tomar posse, Dilma nomeou onze auxiliares para seu gabinete pessoal, sendo que seis já tiveram passagem pela Casa Civil, comandada pela petista entre 2005 e 2010. O Diário Oficial da União trouxe na segunda-feira a nomeação de Anderson Dorneles, um de seus principais assessores. Ele acompanha a presidente há 17 anos e se transformou em uma espécie de “sombra” da petista, um “faz-tudo”. Completam a lista de antigas assessoras: Marly Ponce Branco, Cleonice Maria Campos Dorneles e Rosária Fátima do Carmo.
Dilma é conhecida em Brasília por manter um círculo restrito de nomes de confiança e exigir discrição de seus auxiliares. Não gosta de vazamentos. Para a chefia do seu gabinete, optou por Giles Azevedo, geólogo, que conheceu ainda quando participava da cena política gaúcha, há dez anos. A presidente buscou além de nomes da Casa Civil servidores que também acompanharam o governo de transição. Assim como o presidente Lula, Dilma decidiu manter nos quadros da presidência Daisy Barretta, que foi chefe-de-gabinete do ex-ministro José Dirceu [Casa Civil] e deixou o cargo quando e foi acusado de envolvimento no escândalo do mensalão.
Penso eu - Ninguem duvidava da tara peemedebista. Onde tem dinheiro o PMDB quer seu naco. É do DNA do PMDB.
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