Durou pouco o pendor socialista de Paulo Skaff. O presidente da Fiesp, templo do capital industrial de São Paulo, negocia sua transferência do PSB para o PMDB.
Skaff manifestou o desejo de mudar-se para o PMDB numa conversa com o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), apadrinhado de José Sarney na Esplanada.
Os dois conversaram há seis dias, na quarta-feira (19) da semana passada. A pedido de Skaf, Lobão repassou à cúpula do partido o teor do diálogo.
Nas próximas semanas, será agendado um encontro do mandachuva da Fiesp com Michel Temer, vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB.
Skaff tornou-se um pseudosocialista em setembro de 2009. Em 2010, enrolado na bandeira do PSB, protagonizou uma malograda campanha ao governo paulista.
Antes de filiar-se à legenda presidida pelo governador pernambucano Eduardo Campos, Skaf tentou sentar praça no PMDB. Barrou-o Orestes Quércia.
Presidente do PMDB-SP, Quércia estava fechado com o tucanato. Foi às urnas como candidato ao Senado na chapa vitoriosa do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Abalroado por uma recidiva de câncer na próstata, Quércia viu-se compelido a renunciar à candidatura. Em dezembro, foi derrotado pela doença.
Nas pegadas da morte de Quércia, Michel Temer iniciou uma articulação para retomar o controle do partido em São Paulo. Algo que está prestes a se consumar.
Livre da presença de Quércia, Skaf sentiu-se à vontade para retomar o plano original. A caciquia do PMDB mostra-se interessada em abrigá-lo. Porém...
Porém, as boas-vindas a Skaf estão condicionadas agora a uma compatibilização dos interesses do ex-quase-socialista com os planos de Gilberto Kassab.
Prefeito de São Paulo, Kassab programa para abril sua transferência do DEM para o PMDB. Levará consigo o projeto de disputar o governo do Estado em 2014.
Para o PMDB, Kassab tem preferência sobre Skaf. Assim, o presidente da Fiesp teria de rebaixar suas pretensões políticas.
No mais, não há restrições à entrada de Skaf nos quadros do sócio majoritário do PT no consórcio governista.
Em 2007, Skaf liderou, no front empresarial, a batalha que resultou no enterro da CPMF e na maior derrota congressual da gestão Lula.
Desde então, Lula traz o presidente da Fiesp atravessado na traquéia. Dilma Rousseff, porém, já o digeriu.
Na eleição do ano passado, embora apoisasse o petê Aloizio Mercadante, Dilma foi a ato de campanha do então neosocialista Skaf.
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