Grupo ligado a Gerdau fará o diagnóstico da Funasa

Acertada com a presidente Dilma Rousseff, a colaboração do empresário Jorge Gerdau com o governo começa pela Funasa.

Nesta quarta (19), o ministro Alexandre Padilha (Saúde) deve promover o primeiro encontro do time de Gerdau com a direção do órgão.

Padilha acertara a parceria com Gerdau dias antes de apossar-se da cadeira de ministro. Já então escolhera-se a Funasa como alvo inaugural.

Há 13 dias, já na condição de ministro, Padilha recebeu Gerdau em seu gabinete.

O empresário estava acompanhado do consultor Vicente Falconi, do IDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial).

Na reunião desta terça, os especialistas em gestão pública começam a recolher dados para a elaboração de um "diagnóstico".

Pretende-se: remodelar o funcionamento da Funasa, impor metas à fundação e retirar o órgão do “noticiário policial”.

O time de Gerdau, ligado ao MBC (Movimento Brasil Competitivo), arregaça as mangas na Saúde antes mesmo da formalização do grupo de gestão prometido por Dilma.

Ainda na fase de transição, Dilma convidou Gerdau para coordenar um comitê cuja atribuição será aperfeiçoar o funcionamento da máquina estatal.

A Funasa constitui um desafio singular. Levantamento veiculado pela Folha revelou que, nos últimos quatro anos, foram detectados ali desvios de R$ 500 milhões.

O trabalho da equipe de Gerdau começa contra pano de fundo que envolve uma disputa entre PT e PMDB pelo comando da Funasa.

Padilha tentou trocar o presidente, João Faustino. Padrinho político de Faustino, o líder do PMDB Henrique Eduardo Alves chiou. E a subistutuição foi ao freezer.

A despeito do adiamento, Padilha já promoveu três reuniões com a cúpula da Funasa. A mais importante ocorreu na quarta-feira da semana passada.

O ministro determinou à fundação que priorize a execução de obras de saneamento do PAC. A Funasa opera em cidades com menos de 50 mil habitantes.

O objetivo de Padilha, esmiuçado na reunião, é o de concentrar esforços em cidades dos 16 Estados sob ameaça da Dengue.

Tenta-se, assim, reparar a engrenagem da Funasa sem trocar o comando e com a máquina em movimento.

Padilha não conhece a Funasa apenas de ouvir dizer. No primeiro reinado de Lula, trabalhou no órgão. Foi diretor de Saúde Indígena.

Nessa época, comandava a pasta da Saúde um ministro petista: Humberto Costa, hoje senador eleito por Pernambuco.

Significa dizer que, no limite, PT e PMDB são sócios também no descarrilamento da Funasa, que o time de Gerdau tenta agora repor nos trilhos.

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