Jornalismo internacional em três lições
Proliferando-se como petistas em repartições públicas, as faculdades de jornalismo já são milhares em nosso país, despejando profissionais em quantidade superior à que o mercado pode empregar. As redações estão lotadas e os currículos se amontoam nos recursos humanos. Jornalista solidário que sou, ofereço agora um breve manual para ajudar meus colegas a arranjar emprego no promissor ramo do jornalismo internacional.
Usarei um exemplo atual para instruir os estudantes de jornalismo, e também os profissionais veteranos que se julguem necessitados de reciclagem, no ofício de bem informar o público sobre as coisas importantes que acontecem lá fora. Dominando essas três lições, qualquer um poderá trabalhar na Globo. Vamos ao caso.
No sábado passado, a deputada americana Gabrielle Giffords e outras seis pessoas, incluindo uma criança de nove anos e um juiz federal, foram baleadas por Jared Loughner, 22, em frente a um mercantil da cidade de Tucson, no Arizona. Gabrielle foi atingida na cabeça e seu estado é grave. Sendo ela do Partido Democrata, criou-se uma formidável oportunidade para difamar a direita e, assim, cumprir as diretrizes recomendadas na cobertura da política americana.
Primeira lição: Jornalismo é coisa de gente dinâmica. Não se preocupe em esperar o resultado das investigações ou buscar informações sobre o atirador. Mesmo que o mentalmente transtornado Loughner se diga anti-religião e tenha como livros favoritos, além do “Minha Luta” de Hitler, o “Manifesto Comunista” de Karl Marx, conforme ele escreveu em sua página no Youtube, dê logo a informação correta e diga que a culpa é da Sarah Palin e dos conservadores, aqueles safados.
Foi o que fez o Jornal Nacional da segunda-feira seguinte ao atentado, ao informar à sua enorme audiência que “muita gente está acusando o grupo extremamente conservador Tea Party, da ex-candidata a vice-presidente Sarah Palin, por incitar o confronto com os democratas”. Não se sabe quem é essa “muita gente” que está acusando. Horas depois, no Jornal da Globo, o correspondente Rodrigo Bocardi reiterou que o “o Tea party, liderado por Sarah Palin, é formado por conservadores extremos”. O que nos leva à segunda lição.
Segunda lição: Quando a direita for citada, é obrigatório o uso de adjetivos como “extremista”, “raivosa” e sobretudo “ultraconservador”. Quanto mais vezes esses termos forem empregados, mais completo será o texto. O público precisa ser lembrado em todas as ocasiões que os conservadores são loucos furiosos. Os adjetivos são dispensáveis no trato com a esquerda. Basta dar a filiação democrata. Dessa forma o leitor será acostumado ao fato de que o esquerdismo é o estado natural e o direitismo é a anomalia digna de destaque.
Terceira lição: A terceira lição resume tudo e economiza o tempo do correspondente internacional. A dica é do professor Olavo de Carvalho. Pegue o New York Times, veja o que os jornalistas esquerdistas americanos estão falando, traduza para o português e pronto. Você já tem a matéria.
Bruno Pontes é jornalista
Penso eu - Com todo respeito ao jovem Bruno Pontes, no frescor das idéias tiradas da escola superior e da leitura atenta, apesar de velho pronto a aprender a cada instante, principalmente com os novos, ainda prefilo ler o vetusto Financial Times, de Londres e o evoluido Liberacion, da França. Quando estou totalmente obilubilado, vou ao conservador Frankfurter Allgemeine Zeitung,e o Süddeutsche Zeitung", editado em Munique,ambos da Alemanha,claro. Agora, quando estou doidim doidim, leio alguns exemplares do Almanaque Capivarol, que minha mãe, minha santa Mãezinha Maria Pompeu, filha de Mãe Vovó Petronilha Angelina Ferreira da Ponte, A Racista, deixou de herança pra mim, além da mania de comer sal. Auf Wiedersehen.
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