A presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil ainda tem dívidas na área de direitos humanos. “Não tenho problema em dizer se algo vai mal por lá, ou por aqui também”, afirmou a presidente, em entrevista aos jornais argentinos “Clarín”, “La Nación” e “Página 12”.
Ela admitiu ainda que teve uma divergência com o Itamaraty na questão. “Não vou negociar os diretos humanos, digo que não haverá concessões nesse tema.”
Sobre as tensões entre o Brasil e os Estados Unidos por conta da questão iraniana, Dilma indicou que, para ela, o caso é página virada.
“Tivemos uma boa experiência nos últimos anos [com os EUA] e também tivemos diferenças de opinião. Mas, o que importa é perceber que esta é uma sociedade que tem um horizonte de desenvolvimento muito grande”, disse.
Mesmo criticando a condenação da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani por apedrejamento, Dilma lembrou, porém, que os EUA também tiveram problemas com os direitos humanos com os casos de Abu Ghraib e Guantánamo.
“Muitas vezes, utilizam os direitos humanos não para nos protegermos, mas para fazer política, para usá-los como instrumento político.”
Sobre Cuba, a presidente avaliou que o partido deu um passo para frente ao libertar prisioneiros políticos.
“Mas, é preciso respeitar o tempo deles. A política se faz em condições de determinada temporalidade. Em Cuba, há um processo de transformação.”
Para a presidente, as violações dos direitos humanos devem ser discutidas amplamente e não tratadas apenas como problema de um país.
Dilma visita amanhã a Argentina na sua primeira viagem internacional.
Além de reunião com a presidente Cristina Kirchner, a agenda de Dilma tem marcado um encontro com as mães Praça de Maio, mulheres que perderam os filhos e netos na ditadura argentina das décadas de 1960 e 1970.
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