PEssoal do BNB diz o que quer na Presidencia

Perfil de gestor defendido pela AFBNB
De:Assessoria de Comunicação
Caro Macário,

Dada a iminência da presidenta Dilma anunciar um nome para a presidência do Banco do Nordeste, enviamos abaixo texto produzido pela Associação dos Funcionários do BNB (AFBNB) no qual defendemos não nomes, mas um perfil que julgamos pertinente aos gestores de um banco de desenvolvimento como o BNB. Dentre as características, além de questões técnicas e de respeito e ética no trato das coisas públicas, consideramos imprescindível a capacidade de diálogo com as entidades dos trabalhadores e de respeito aos funcionários do Banco. Assim, reiteramos a importância de que não conste no currículo do futuro gestor do BNB histórico de práticas antisindicais e/ou de posturas antidemocráticas e de perseguição aos trabalhadores, como danos e assédio moral.

Qualquer coisa, estamos à disposição. Lembramos que esse perfil foi enviado também à presidenta Dilma Rousseff e aos parlamentares, em Brasília.

Cordialmente
Dorisval de Lima
Diretor de Comunicação e Cultura da AFBNB
9609-2876
3255-7000

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Perfil para o BNB

Há oito anos, na esperança em tempos melhores para o BNB e para seu corpo funcional que a AFBNB, com alegria, recebia a nova administração do Banco. O contexto nacional preanunciava mudanças na economia e nos demais setores do país, uma vez que esperava-se a superação do paradigma neoliberal vigente. Os novos rumos na economia do país e nas políticas públicas repercutiram na região Nordeste e no BNB, esta, sem dúvida, uma das instituições mais enfraquecidas e atacadas pelo modelo neoliberal.

Com o objetivo de contribuir com o processo de renovação, a Associação produziu um documento de transição a ser apresentado à equipe que viesse a administrar o Banco no próximo período. Assim, a entidade se mostrou disposta a contribuir, mesmo porque a valorização do BNB enquanto instituição indutora do desenvolvimento da região é um dos pilares que norteiam a ação da AFBNB. Definida a equipe, nos primeiros quatro anos, a nova gestão do Banco pautou-se em “arrumar a casa”; localizar os temidos “esqueletos da gestão anterior” e enterrá-los de vez. Essa arrumação se deu em um contexto de severas dificuldades em que o Banco se encontrava.

Passados oito anos, nossa avaliação é de que muito mais poderia ter sido feito no Banco do Nordeste. E é exatamente na perspectiva de melhorar os rumos que vimos a público defender novos caminhos para o BNB, que redundem em novas atitudes e novas formas de enfrentar velhos problemas.

Antes, porém, é imprescindível reiterar o que consideramos como as principais posturas/ações a serem adotadas por uma equipe de administração do Banco; idéias estas contidas no documento apresentado naquela época, por considerarmos serem compatíveis com uma instituição que é referência em desenvolvimento:
- Valorização do Plano de Cargos do funcionalismo, política fundamental para a manutenção de talentos e evitar grande evasão e rotatividade nos quadros de pessoal;

- Definição de uma política específica e estratégica que vise ao desenvolvimento, que valorize inclusive os diversos segmentos técnicos do Banco das diversas áreas, como os Agentes de Desenvolvimento e Técnicos de Campo, por exemplo;
- Fim dos métodos de trabalho e de práticas transigentes à pressão por metas, ao assédio moral sem a devida punição aos assediadores, à extrapolação da jornada de trabalho, à avaliações induzidas etc.;

- Transparência nos processos internos, como designações e concorrências;

- Diálogo com as entidades representativas dos funcionários em sua plenitude, a exemplo da AFBNB;

- Respeito ao princípio da isonomia de tratamento entre os funcionários (das condições de trabalho à garantia de direitos e oportunidades).

Como forma de contribuir para uma discussão mais profunda e que possa sensibilizar não somente os funcionários do Banco, mas toda a população nordestina, a AFBNB resgata os pontos do documento elaborado em 2006, os quais ratificamos, com acréscimos, como imprescindíveis a um Presidente e uma Diretoria de um banco oficial de desenvolvimento:

1. Reputação ilibada, tradição de seriedade e honestidade no trato e na gestão de assuntos públicos ou privados.

2. Competência e experiência técnica e na gestão pública ou empresarial (privada), de preferência na área financeira e de crédito para desenvolvimento; conhecimento técnico sobre o BNB.

3. Conhecimento das questões econômicas e sociais do Nordeste, do Brasil e do mundo.

4. Competência para transitar no universo político e empresarial, no País e, em especial, no Nordeste.

5. Tradição de gestão transparente, ética, democrática e participativa, com respeito às pessoas e à dignidade do trabalho e do trabalhador.

6. Capacidade de diálogo com as diferentes forças atuantes na região e respeito ao contraditório, peculiar da relação capital e trabalho, bem como da diversidade de pensamento.

7. Sensibilidade para lidar com pessoas e com os conflitos entre estas.

8. Firmeza e autonomia para decisões em casos de atitudes improbas e de má gestão por parte de gestores, do ponto de vista operacional e/ou de Recursos Humanos.

9. Autonomia e isenção perante setores partidários e interferências políticas.

10. Reconhecida capacidade de abertura para o diálogo e interação com os funcionários.

A Diretoria da AFBNB

Um comentário:

  1. Conforme veiculado na imprensa nos últimos dias dando conta do continuimo no BNB, a badalada oxigenação pela Presidenta da República ainda se encontra em processo de fabricação do vasilhame para armazenar o gás, sem perspectivas de "preenchimento". Pode ser que esteja sendo dada uma nova oportunidade para que velhas questões sejam resolvidas, tanto do ponto de vista institucional quanto de direitos dos trabalhadores. Por exemplo: o necessário empenho pelo aumento do capital social do banco (como facilmente ocorre em outras instituições que também aplicam políticas de governo), o aumento da rede de agências, a busca por mais fonte de recursos, o incremento do FNE, o fim de práticas de dano e assédio moral, a revisão do plano de cargos, a quitação de passivos trabalhistas, a transparência em processos internos, o suprimento da necessidade de mão de obra com a urgente convocação dos concursados para por fim ao trabalho gratuito, entre vários outros aspectos. Acredito que a Presidenta esteja sinalizando para que isso seja feito. A gora ainda é agora!

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