Ameaçado pela cúpula, Gony Arruda ganha apoio de colegas deputados
O líder da bancada do PSDB na Assembleia, Moésio Loiola, disse ontem que se eximirá de opinar sobre o caso do colega Gony Arruda, atual secretário do Esporte do governo Cid Gomes (PSB). Na segunda à noite, a Executiva do PSDB cearense deu início ao processo contra Gony por infidelidade partidária. Moésio foi um dos deputados tucanos que concordaram com a ida de Gony ao secretariado.
A punição para infidelidade pode ir de advertência até expulsão. Gony tem 60 dias para apresentar defesa. A Executiva tucana deve concluir o processo em 90 dias. “Como houve da minha parte concordância para que ele aceitasse o convite do governador, eu me considero impedido de participar de qualquer decisão”, disse Moésio. “A roupa suja do meu partido eu vou lavar em casa. Respeito as decisões do partido, mas não concordo com todas elas. De manhã na igreja e de noite no cabaré não é comigo”.
Já Osmar Baquit (PSDB) foi mais explícito e recordou que a cúpula do partido agiu de modo diferente quando deputados seus assumiram pastas no primeiro mandato de Cid. “O Bismarck [Maia, secretário do Turismo] foi convidado para o governo, aceitou e não foi punido. O Marcos [Cals, ex-secretário de Justiça] foi convidado, comunicou ao senador Tasso Jereissati e aceitou. Ele não comunicou à Executiva e não foi punido. Por que punir o Gony? Não vejo cabimento nisso”.
Para Baquit, o convite feito a Gony deve ser visto como um gesto de conciliação do governador com os tucanos. “Eu entendo não como uma provocação, mas como uma aproximação. Na minha interpretação, o governador não quis achincalhar o PSDB. Todo mundo sabe que o estilo de governar do Cid é um estilo de parceria. O Gony tem história no PSDB e ajudou muito o partido”.
“QUERO CONTINUAR TUCANO”
Na semana passada, ao jornal O Estado, Gony disse que deseja permanecer na legenda. “Sou tucano, continuo sendo tucano e quero continuar sendo”. O secretário do Esporte argumenta que o PSDB passou quatro anos apoiando Cid e não tem por que parar agora. Segundo Gony, a derrota de Marcos Cals ao governo reforça a tese. “Depois desse insucesso, e se o partido tinha sintonia com o governo Cid, por que não apoiá-lo agora no segundo mandato?”
O presidente estadual do PSDB, Raimundo Gomes de Matos, falou ao o Estado ontem que “o peso maior da falta de Gony foi a reincidência de ter assumido o cargo, voltado para a Assembleia [para tomar posse do mandato de deputado] e depois voltar novamente para a Secretaria” sem consultar a Executiva. (Com informações de Tarcísio Colares)
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