O ministro Carlos Lupi (Trabalho) inventou um novo tipo de fidelidade: a fidelidade facultativa.
Arrancado da omissão por Dilma Rousseff, Lupi reuniu-se com os deputados de seu partido, o PDT.
Recebera da presidente da República a missão de convencer a bancada a votar a favor do salário mínimo de R$ 545. Não conseguiu.
Em verdade, Lupi nem tentou. Um dos participantes da reunião contou ao repórter o que sucedeu entre quatro paredes.
Primeiro, Lupi homenageou o óbvio: “Sou governo”. Depois, revelou o desconforto que lhe causa o uniforme de ministro: “Estou constrangido”.
Presidente licenciado do PDT, Lupi declarou-se impossibilitado de pedir aos correligionários o voto em favor da cifra proposta por Dilma.
Por quê? “A valorização do salário mínimo consta do programa do PDT e da carta-testamento de Getúlio”, ele disse aos deputados.
Assim, entre o pedido de Dilma Rousseff e a memória de Getúlio Vargas, o ministro mandou às favas sua chefe.
Dono de 27 votos na Câmara, o PDT saiu da reunião com Lupi do jeito que entrara: decidido a votar a favor da emenda que eleva o mínimo para R$ 560.
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