40 x 1 - AL nega esclarecimento sobre a viagem de Cid
Por Bruno Pontes
Da Redação doJornal O Estado
Por 40 votos contra 1, a Assembleia Legislativa rejeitou ontem o requerimento do deputado Heitor Férrer (PDT) que pedia explicações do governador Cid Gomes (PSB) a respeito de sua viagem aos Estados Unidos, no mês passado. Segundo a revista Veja desta semana, Cid usou o jato do empresário Alexandre Grendene, dono da empresa Grendene, que recebe benefícios fiscais do governo.
Somente Heitor votou a favor do requerimento. O líder da bancada do PSDB, Moésio Loiola, liberou os colegas e se absteve. Todos os outros parlamentares presentes à sessão de ontem livraram Cid de esclarecimentos sobre o transporte utilizado. No ano passado, a Grendene, fabricante de calçados com três unidades no Ceará, doou mais de R$ 1 milhão à campanha do governador à reeleição.
Para o pedetista, o resultado da votação só pode ser lido de uma forma. “Eu digo com convicção que me foi negado o direito constitucional de fiscalizar os atos do governo, mas foi também foi levada à sociedade cearense a confissão de culpa do governador Cid Gomes. E não é a primeira vez que o governador tem dificuldades de se estabelecer dentro do nosso ordenamento jurídico”, disse Férrer, que pretende acionar o Ministério Público.
Ao jornal O Globo, Alexandre Grendene disse que não emprestou o jato a Cid; em vez disso, lhe deu uma carona. Férrer ironizou: “Carona é você estar no meio da rua, passa alguém conhecido e você pega uma carona para ir aonde ele vai. O governador, então, estaria na pista do aeroporto, o avião ia decolando, e certamente na hora em que o avião ia decolando o governador pediu a carona ao empresário”.
Na quarta-feira, Cid afirmou que estava licenciado do governo quando viajou aos Estados Unidos e que não devia explicações de sua vida privada “a deputado nenhum”. Na tribuna, Férrer comentou as declarações. “O governador não tem que dar satisfação de sua vida privada a deputado nenhum, mas, como agente público, é obrigado a dar satisfação de seus atos ao Parlamento e, principalmente, à população que o elegeu”.
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