Barco que afundou em Brasília tinha falha na estrutura, dizem Bombeiros
Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Em Brasília
A embarcação que afundou com mais de 100 passageiros no lago Paranoá, em Brasília, apresentava uma rachadura em uma das estruturas que fazem o barco boiar, chamada de tubulão. A falha foi descoberta por um mergulhador do Corpo de Bombeiros. De acordo com a corporação, o comandante do barco não teria como saber do problema e a falha não seria decisiva para o acidente.
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Gildete Barreto, sobrevivente
O delegado fluvial de Brasília, comandante da Marinha Rogério Leite, afirmou que a embarcação passou por uma vistoria em novembro do ano passado e que nenhuma falha foi detectada. A embarcação passaria por outra revisão até o fim deste ano. O delegafo afirmou que uma perícia será feita pela Marinha para produzir um relatório com prazo de três meses. Depois disso, o documento será enviado ao Tribunal Marítimo, que poderá multar ou retirar a licença dos operadores do barco.
No acidente, morreram duas pessoas e pelo menos outras sete continuam desaparecidas. As buscas no lago vão até às 18h30 desta segunda-feira (23), por causa da luminosidade, em uma área de cerca de 85 metros e serão retomadas amanhã. O barco está inclinado a 17 metros de profundidade.
Segundo Leite, entre 1.600 e 2.000 embarcações utilizam o lago Paranoá para navegação. Ele afirmou que a Marinha estuda ampliar a fiscalização na região com mais homens e barcos. No momento em que aconteceu o acidente, havia quatro homens de plantão em um lago que tem 48 km de extensão.
Sobre as causas do acidente, o comandante evitou culpar o excesso de passageiros. A embarcação tinha licença para operar com 90 passageiros e dois tripulantes, mas o Corpo de Bombeiros diz que pelo menos 104 pessoas estavam a bordo. "Colocar cinco ou seis pessoas a mais não quer dizer que haveria um naufrágio", disse. "Além disso, é preciso ter certeza de que era esse o número de pessoas que estavam lá.
A Marinha informou que o certificado de navegação renovado pelo barco em novembro foi feito após uma vistoria de uma empresa de Manaus. Ainda de acordo com a Marinha, chegam a Brasília ainda nesta segunda-feira dois peritos do Rio de Janeiro que ajudarão a Polícia Civil do Distrito Federal a continuar as investigações.
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