Crack: "Terror social" é debatido pelo Observatório de Políticas Sociais

O crack continua sendo o terror social das crianças, jovens e adultos cearenses. A cada dia, cresce o número de viciados, e o baixo preço e as facilidades de aquisição dificultam qualquer ação que tenha o objetivo de combater o uso. Contudo, a sociedade civil e as prefeituras dos municípios brasileiros vêm tentando desenvolver iniciativas que previnam e orientem os jovens a não entrarem neste mundo perigoso e degradante. Fortaleza não é diferente. Ontem, foi realizada mais uma edição do Observatório de Políticas Sociais, promovida pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), que abordou o tema “Enfrentamento ao Crack”.

Um dos objetivos do encontro é promover políticas públicas que combatam a disseminação da droga e evitem que pessoas sigam por este caminho. O evento contou com integrantes da sociedade civil e assistentes sociais que criaram um espaço de discussão e reflexão sobre as ações de enfrentamento ao crack no campo social. A coordenadora da gestão do Sistema Único de Assistência Social (Suas), Eliane Carvalho, revelou que o movimento acontece nacionalmente.

“O governo federal lançou, em 2010, o programa de Enfrentamento ao Crack e os municípios estão organizando -se para desenvolver o projeto e combater de forma efetiva este problema”, explicou. De acordo com a coordenadora, a Semas está promovendo um conjunto de ações que envolvam vários segmentos sociais essenciais para combater a droga. Ela salientou que os debates e discussões abrangem segmentos como educação, segurança, saúde e lazer.

TRATAMENTO
COMPLICADO
Por outro lado, além da importância da prevenção, tratar quem já está inserido na droga e devolvê-lo de forma digna à sociedade também é um trabalho fundamental. Mesmo sendo um tratamento complicado, em que os resultados de sucesso, dificilmente, são maiores que 30%, a Comunidade Fazenda Luz do Mundo, que tem como diretor o humorista Paulo Diógenes, tenta dar sua parcela de contribuição acolhendo e orientando os usuários de droga.

O relações públicas da Comunidade, Hélio Aquino, explicou que o trabalho é baseado nos “12 passos dos Narcóticos Anônimos” e procura oferecer terapias pautadas na espiritualidade e estudos bíblicos. Hélio Aquino, que é ex-usuário de crack, salientou que a recuperação é uma tarefa árdua, mas que vale a pena ser feita. “Mesmo que consigamos recuperar apenas uma pessoa, o nosso trabalho já valeu a pena”, pontuou.

EXEMPLO PARA MUITOS
Aquino relatou que, atualmente, a Fazenda está acolhendo 24 pessoas. Deste total, 90% estão sendo vítimas do crack. “Esta é uma droga que acaba totalmente com a pessoa. Eu perdi família, trabalho e amigos. Quase morri. Cheguei a pesar 45 quilos e uso minha experiência para mostrar aos usuários que é possível lutar contra o crack. Quando eles pensam que estão no fundo do poço, mostro a eles minha foto e digo que existem pessoas piores que eles”, destacou.

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