Texto e fotos de Roberto Bulhões
Juazeirenses fazem passeata de protesto contra o Bispo D. Fernando Panico
Uma grande passeata de protesto aconteceu na manhã de ontem, no centro de Juazeiro do Norte, contra o bispo diocesano do Crato, D. Fernando Panico. Portando faixas e cartazes, muitos juazeirenses, inclusive o vice-prefeito de Juazeiro Roberto Celestino e o ex-prefeito de Aurora, Carlos Macedo, desceram da praça da prefeitura até a praça padre Cícero, pedindo mais respeito ao Monsenhor Murilo que foi recentemente acusado pelo bispo de algumas irregularidades. Os amigos do monsenhor Murilo não se acomodaram e partiam em sua defesa. Algumas faixas pediam que o bispo fosse embora do Cariri.
No dia 21 do mês passado o Bispo Panico convocou a imprensa para uma entrevista coletiva, lá não deu o ar de sua graça e mandou alguns advogados falar por ele. O assunto era a tentativa de retomar umas terras na justiça que pertenceram a paróquia de Nossa Senhora das Dores e foram comercializadas nos anos 90 pelo então padre Murilo. Em dado momento surgiu a informação que monsenhor Murilo estaria “gagá” e não sabia o que estava fazendo. A notícia pegou mal e um clima de revolta contra o bispo tomou conta de toda cidade. Em Juazeiro não se fala em outra coisa se não na besteira que o bispo fez. Levantamentos feitos em outras cidades provam que os padres também venderam patrimonios de suas paróquias e o bispo só acusou o padre Murilo que está morto.
Ontem pela manhã o bispo não rezou a tradicional missa do dia 20, como sempre vinha fazendo todos os meses. Temendo ser vaiado ou hostilizado de outras maneiras, D. Fernando preferiu não aparecer na capela do Socorro. A missa foi celebrada pelo padre Joaquim Claudio, pároco da Basílica de Nossa Senhora das Dores. No final da celebração padre Joaquim pediu uma oração para o bispo, que, segundo o padre, está adoentado. Antes do início da missa muita gente apostava que o bispo não iria aparecer, o que realmente não aconteceu. O comerciante Cícero Pereira Lima que não perde uma missa do padre Cícero, estava apostando às 5 horas com alguns outros amigos como o bispo não iria celebrar a missa hoje.
Quem conheceu monsenhor Murilo que na verdade preferia sempre ser chamado de padre Murilo, não aceita nem concorda em nada que o bispo fez em relação aos terrenos ora em litígio, bem como as acusações infundas contra o vigário do Nordeste. Padre Murilo que por mais de 48 anos esteve a frente da paróquia de Nossa Senhora das Dores, foi o maior defensor do padre Cícero, enquanto a diocese de Crato só queria o dinheiro dos romeiros que aqui vem todos os anos. Ao chegar em Juazeiro D. Fernando Panico conseguiu crescer a sombra do padre dos romeiros, mas ao acusar padre Murilo depois de morto, reverteu toda simpatia que tinha desde sua chegada. A exempl.o do que ocorreu em Sobral recentemente, um grande movimento foi iniciado para que o bispo seja transferido para outra diocese. Documentos estão sendo encaminhados a roma e para órgãos de imprensa de todo país, denunciando o que D. Fernando fez.
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