Dos US$ 3,4 bilhões registrados pelo comércio exterior do Ceará em 2010 – marca até então não alcançada pelo Estado – US$ 1,269 bilhão foi com exportações e US$ 2,169 com importações, restando saldo negativo da balança comercial de US$ 899,6 milhões. As exportações no ano passado, quando comparadas com 2009 (no total de US$ 1.080 bilhão), cresceram 17,5%. Mas as importações, com o resultado obtido em 2010, apresentaram evolução de 76,3 por cento sobre o ano anterior, quando somaram US$ 1,230 bilhão.
O comportamento das exportações (queda) e do aumento das importações no ano passado tem se mantido no primeiro semestre de 2011, embora de forma mais lenta. O aumento verificado nas importações é fruto do processo acelerado de desenvolvimento da economia do Estado, que exige uma maior demanda de bens de capital e de insumos industriais oriundos de outros países – avalia o diretor Geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), professor Flávio Ataliba.
Os números fazem parte do trabalho “Análise do Desempenho do Comércio Exterior do Ceará 2010 – 2011” título do Ipece/Informe nº 14, que o Ipece, órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado, divulgou ontem. O aumento na aquisição desses bens de capital (importação), na análise do professor Flávio Ataliba, é consequência do forte processo de expansão que o Ceará vem apresentando nos últimos anos, refletindo-se no aumento na capacidade produtiva da economia nos próximos anos.
EXPORTAÇÕES
As exportações cearenses foram realizadas por um total de 284 empresas, em 2010, sendo a Grendene S/A a de maior destaque, respondendo por 14,2% do valor total exportado pelo Estado. Vale destacar que suas vendas estão relacionadas ao principal produto de exportações cearense (Calçados e partes), que participou com 31,8% no total das vendas externas do Ceará em 2010. Já a empresa Agrícola Cajazeira Ltda., que atua no ramo de fruticultura, foi a que obteve maior expansão de vendas para o exterior, fazendo com que a mesma passasse a ocupar a quinta posição em 2010.
A castanha de caju é outro produto de grande destaque na pauta de exportações cearenses, tendo participado com 14,3% das vendas em 2010. Nesse ano, de toda castanha de caju exportada pelo Ceará, 59,7% teve como destino o mercado norte americano. Em relação às taxas de crescimento no período, o Consumo de bordo registrou, dentre os produtos exportados, o maior avanço em 2010, com uma taxa de 162,7%, o que pode ser explicado pelo aumento das vendas de Combustíveis e lubrificantes para embarcações e aeronaves. Também merece destaque Outros Sucos e Extratos Vegetais, com um avanço de 128,3%.
IMPORTAÇÕES
Em 2009, as cinco principais empresas que respondiam por 42,8% do total das importações no Ceará aumentaram sua parcela para 45,5%, em 2010. As importações cearenses, no ano passado, foram realizadas por 667 empresanúmero bem superior ao das exportações. A Petrobras foi a que mais importou nesse ano, participando com 17,7% do total. Os principais produtos adquiridos por essa companhia foram Gás natural liquefeito, Querosene de aviação e Betume de petróleo.
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