Por Souto Filho
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Os dias 14 de maio e 18 de junho são especiais para o funcionário público José Ribamar Cavalcante. Estas datas marcam o dia da chegada dos seus dois “filhos de coração” Samuel Pereira Cavalcante, 25, e Sâmia Pereira Cavalcante, 18, respectivamente. Na casa da família Cavalcante, o dia dos Pais é celebrado de forma mais intensa. Se a adoção é uma das atitudes mais nobres do ser humano, o amor incondicional de quem “ganhou duas jóias divinas” é exposto através de declarações de afeto e do orgulho estampado no rosto de Ribamar, revelando-se um pai coruja e preocupado com o futuro dos filhos.
O funcionário público explicou que os filhos entraram em sua vida praticamente da mesma maneira. Os dois foram colocados na porta de sua casa, transformando, para melhor, a sua rotina e de sua esposa, Gerlanes Pereira. O casal recem casado tinha o sonho de ter um filho, mas a dificuldade de reprodução de sua esposa impedia que o desejo de paternidade fosse concretizado.
“Minha mulher era doida para ter filhos, mas nunca aconteceu. Um dia estava trabalhando e ela me ligou desesperada dizendo que haviam colocado uma criança na nossa porta. Na hora fiquei surpreso e coloquei o bebê dentro do carro para levá-lo ao juizado. Mas durante o percurso olhei para minha esposa e, naquele momento, vi que o melhor a fazer era adotar aquela criança”, contou emocionado. Segundo ele, os trâmites legais para oficializar a adoção levaram cerca de cinco anos.
OUTRO PRESENTE INESPERADO
Quando Samuel completou sete anos, foi a vez de Sâmia entrar para a família. Ela foi comcebida praticamente da mesma forma do primeiro filho. Entretanto, Ribamar explicou que a criação foi “um pouco” diferente. “Nas duas vezes não estávamos preparados para ter filhos. Mas decidimos educar a Sâmia com certa liberdade, diferente do Samuel. Hoje só temos orgulho deles”.
Ribamar sempre se preocupou em criar os filhos dentro da verdade, sem esconder a forma como eles foram comcebidos. De acordo com ele, essa relação de sinceridade fez com que os dois crescecem sem amargura ou revolta. “Sempre os tratamos como filhos de sangue. Porém fazemos questão de deixar a critério deles querer saber dos pais biológicos. Desde pequenos eles sabem que são adotados e nunca tiveram interesse de conhecer a família biológica”.
Gerlanes confirma a amizade e o carinho que o pai sente pelos filhos e vice-versa. Ela declarou que muitos pais biológicos não têm o amor que Ribamar sente pelo casal. “Ele sempre está presenta na vida deles. Era ele quem ficava com os bebês de madrugada e fazia questão de trocar as fraldas. Hoje, somos nós que levamos e trazemos os dois quando querem sair à noite. Temos um cuidado enorme com a criação deles”.
REFERÊNCIA DE VIDA E SEGURANÇA
Um exemplo de vida. É assim que Samuel, também funcionário público, define o pai. Ele revelou que quando for sua vez de constituir família, espera ser para seus filhos, pelo menos, “20%” do que seu pai foi para ele. “Meu pai é um referencia nas atitudes e na maneira de ser. Ele me formou para ser um grande homem. Quero passar para meus filho tudo que ele me ensinou”.
Para Sâmia, o pai representa um símbolo de segurança. Ela explicou que tem a consciência de poder contar com o pai em todos os momentos de dificuldade. “É um relacionamento de troca. Eu o respeito e ele me respeita. Tenho na cabeça, desde pequena, que pai é o que cria, e nisso ele sempre supriu minhas necessidades”.
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