Por Bruno Pontes
Da Redação
O deputado Teo Menezes (PSDB) compareceu ontem à Assembleia para negar envolvimento em irregularidades em convênios firmados pela Secretaria das Cidades do Estado para a construção de banheiros no interior cearense. O caso se deu no município de Pindoretama, onde, no ano passado, uma associação cultural recebeu recursos do governo, via Secretaria das Cidades, para a construção de 200 banheiros, dos quais poucos adquiriram existência material.
O representante da tal associação trabalhava para o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Teodorico Menezes, pai de Teo. O dinheiro desviado dos convênios teria sido aplicado na campanha eleitoral do deputado. Ele desmente. “Tentam, de forma precipitada, me vincular a doações irregulares de campanha. A minha campanha se deu de forma absolutamente legítima, segundo todos os critérios impostos pela lei eleitoral, com fontes declaradas e rigorosamente escrutinadas pelo TRE”, anunciou Teo ao atento plenário.
“Não sou homem de trabalhar na surdina, não sou homem de esquemas nem de falcatruas. Querem me crucificar politicamente, achincalhar meu honrado nome com factóides. Tenho interesse em que os fatos sejam amplamente apurados”. Heitor Férrer (PDT) tenta abrir uma CPI para apurar as denúncias. Fernando Hugo e João Jaime, correligionários de Teo, subscreveram o pedido de investigação, bem como Roberto Mesquita (PV), Fernanda Pessoa (PR) e Eliane Novais (PSB), sendo que esta pede também o afastamento do tucano da Mesa Diretora da Assembleia. À imprensa, Teo afirmou que não comentaria a solicitação de Eliane Novais nem o apoio de Hugo e Jaime à CPI.
APOIO DOS COLEGAS
Os tucanos, menos João Jaime, que manteve-se calado, expressaram solidariedade a Teo. “Vossa Excelência é um homem honrado”, disse Nenem Coelho. “Louvo sua atitude de usar a tribuna para dar explicações”, continuou Professor Teodoro. “O mandato de Vossa Excelência está preservado”, acrescentou Cirilo Pimenta.
Fernando Hugo, apesar de elogiar o pronunciamento de Teo, que julgou um ato de coragem, reforçou a necessidade de a Comissão de Fiscalização e Controle da Assembleia convocar e cobrar esclarecimentos dos denunciados. Manoel Duca (PRB) pensou igual: “É preciso que Vossa Excelência traga documentos contundentes para desfazer as dúvidas que pairam sobre a sua pessoa”.
SOLIDARIEDADE HUMANA
Welington Landim (PSB) evocou a presunção de inocência e apelou à instância extraterrena. “Ninguém pode ser condenado sem ter havido uma investigação que comprove, nem massacrado, nem achincalhado. Rogo a Deus que tudo que Vossa Excelência disse seja verdade“.
O petista Antonio Carlos grifou que falava “não na condição de líder do governo, mas na de ser humano” e externou seus sentimentos humanos ao tucano. “O deputado Teo tem minha solidariedade humana. Nenhuma palavra será proferida por este parlamentar enquanto não houver provas. Vá em frente, prove sua inocência”.
HEITOR: SE EU FOSSE ELE, ASSINAVA
O discurso de Teo Menezes não fez Heitor Férrer esmorecer: “Tenho convicção de que o caminho mais apropriado é a CPI, e se eu fosse o deputado Teo assinaria o pedido para consolidar o que ele falou“.
Férrer tem seis assinaturas pela CPI e sabe desde sempre que não conseguirá as 12 necessárias para abrir o inquérito, o qual, diz ele, poderia livrar de suspeição tanto o governo como o Tribunal de Contas. “O Poder Executivo do Ceará está no mesmo patamar de envolvimento do presidente do TCE. O governo não foi capaz de zelar pelo que é público”.
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