JOBIM PENSA EM GOLPE?
Por Carlos Chagas
A novela chegou ao capítulo mais previsível com uma frase tão simples quanto contundente: “ou você pede para sair ou eu saio com você”. Durou menos de cinco minutos o diálogo da presidente Dilma com o ministro Nelson Jobim, no palácio do Planalto. Arrogância, presunção e soberba tinham ficado em Tabatinga, na Amazônia, de onde foi tirado às pressas pela presidente, obrigando sua volta rápida para Brasília.
Bobo, o já agora ex-ministro não é. Pode ter tido seus defeitos, desde que ocupou o ministério da Justiça e a presidência do Supremo Tribunal Federal, como, em especial, o minitério da Defesa. Sempre quis ter a última palavra, do alto de seus quase dois metros de altura e cem quilos de peso. Terá sido, a sua demissão, bem engendrada operação estratégica, numa sucessão de entrevistas, declarações e comentários de conteúdo beligerante, contra o governo e sua chefe. O resultado não poderia ser outro, que ele sabia desde o início.
A conclusão, assim, é de que a novela não terminou. Algum objetivo Jobim persegue. Constituir-se em alternativa para a sucessão presidencial beira as raias da paranoia, impossível através de métodos ortodoxos, como sair candidato na convenção do PMDB e, depois, ser o mais votado. Estaria, então, jogando numa crise dos diabos, institucional, econômica e social? Pensaria em situação há décadas banida de nossa realidade, o golpe?
Quem quiser que decifre a esfinge, mas o homem mexeu no tabuleiro. Armou jogada fácil de ser prevista, a provocação. Com alguma finalidade, além de sua demissão. Quem quiser que especule...
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