Mercado interno salvará Brasil de nova crise, avalia economista

O mercado interno salvará novamente o Brasil de uma crise econômica mundial. A previsão é do ex-analista econômico do Banco Central (BC) e membro do Conselho Federal de Economia Newton Marques. Para ele, questionar o câmbio neste momento de rebaixamento da nota da dívida dos Estados Unidos (EUA) é “discurso morto”, porque não haverá mercado satisfatório no exterior.

“O dólar está caindo no mundo inteiro. Isso desmotiva a venda [por parte dos empresários brasileiros] para o exterior. Só que com a crise atual não haverá, no exterior, motivação nem mercado para a compra de produtos brasileiros. Discutir câmbio, portanto, virou discurso morto, porque, na verdade, o que faltará é mercado externo”, disse o economista, que é também professor da Universidade de Brasília (UnB).

Segundo ele, a crise certamente afetará o Brasil. “Mas é daquelas situações em que damos um passo para trás para, depois, darmos dez passos à frente, numa situação mais privilegiada do que os demais”, explica. “Primeiro, porque o Brasil está com o sistema financeiro ajustado e com reservas que superam os US$ 300 bilhões. Se o câmbio é problema, é problema para todos. Não apenas para os nossos empresários. Depois, porque o Brasil é um dos poucos países que ainda têm fronteiras agrícolas que podem ser ampliadas, nos dando condições de abastecer o mundo inteiro, e fontes de matérias-primas”, completa.

Além disso, o economista afirma que, com os programas de distribuição de renda, o País aumenta cada vez mais sua massa salarial. Ou seja, há mercado interno. Por isso, se os investidores estrangeiros olharem com cuidado para o Brasil, certamente verão que somos a menina dos olhos do mundo. “Nesse ponto, precisamos dar a mão à palmatória ao ex-presidente Lula [Luiz Inácio Lula da Silva]”, ressalta. (Agência Brasil)

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