A redução da taxa básica de juros (Selic) em meio ponto percentual, anunciada na semana passada pelo Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), surpreendeu o mercado e modificou o cenário para os investidores. Se antes, com a perspectiva de manutenção ou alta dos juros, investir em aplicações com juros pós-fixados era vantajoso, agora, com a redução da Selic, as opções de aplicação com juros pré-fixados mostram-se mais atrativas.
Hoje, entre as opções mais vantajosas para investimentos, está a velha conhecida dos brasileiros: a caderneta de poupança. Embora menos rentável que outros tipos de aplicação conservadora, a poupança tem algumas vantagens e, em tempos de crise, pode valer a pena, sobretudo para aplicações de curto prazo. Com a perspectiva de queda da Selic nos próximos meses, a diferença de rentabilidade entre a poupança e os fundos começa a diminuir.
Com o corte de 0,5 ponto, a diminuição será pequena. Segundo simulação do site Comdinheiro.com, quem aplicar hoje R$ 5 mil na poupança terá R$ 5.372,44 em um ano. Num fundo DI com taxa de administração de 2%, o valor final será R$ 5.406,37, com a nova Selic de 12%. São R$ 33,93 a mais no fundo. Antes, com a Selic a 12,5%, o fundo renderia R$ 53,94 a mais.
Se a Selic chegar a 11%, como preveem economistas para o início de 2012, a poupança ganharia dos fundos DI com taxa de 2%, ainda que por pouco: a diferença seria de R$ 6,97 a favor da caderneta, no caso de R$ 5 mil aplicados por um ano.
Com Selic a 9%, fundos e
poupança se equiparam
A rentabilidade menor pode reverter o quadro da captação líquida da poupança. No primeiro semestre deste ano, ela ficou negativa em R$ 172,7 milhões, contra R$ 8,827 bilhões positivos em igual período de 2010. Um dos motivos para isso, segundo o economista José Pereira Gonçalves, especialista em poupança, é justamente a diferença de rentabilidade. Até abril do ano passado, a Selic estava em 8,75%, reduzindo o retorno dos fundos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário