Conar ‘arquivou’ Iriny e deixou Gisele Bündchen no ar


Como previsto, reuniu-se nesta quinta o Conselho de Ética do Conar(Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária).

Na pauta, a representação em que a ministra Iriny Lopes pedia que fosse retirada do ar publicidade de calcinhas e sutiãs estrelada por Gisele Bündchen.

Chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres, a ministra acha que "a propaganda promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como objeto sexual.”

Por unanimidade, o Conar decidiu arquivar a reclamação de Iriny. La Bündchen permanecerá no ar. Agora, graças a Iriny, com o aval do conselho publicitário.

Para o Conar, os estereótipos evocados pela propaganda são "comuns à sociedade e facilmente identificados por ela, não desmerecendo a condição feminina."

Se quisesse, Iriny poderia recorrer. Preferiu se abster. Além da disposição, a ministra parece ter perdido, momentaneamente, a voz.

Em nota oficial divulgada nas pegadas da decisão do Conar, a Secretaria de Política para as Mulheres ganhou vida própria. Passou a falar por Iriny.

De acordo com o texto, “a Secretaria avaliou que o fato de o Conar ter levado a representação a julgamento […] já representou um importante avanço.”

A nota reproduz, entre aspas, uma declaração formal da Secretaria. Do alto do seu status de ministério, a repartição declarou:

“O Conselho de Ética do Conar opera com o princípio da admissibilidade. Assim, ao levar a representação a julgamento, admitiu a importância do debate.”

O documento acrescenta: “A Secretaria também informa que acata a decisão do Conar e que não vai recorrer.”

Assim, os brasileiros que enfiam a cara na TV para fugir da realidade continuarão esbarrando por mais alguns dias na beleza seminua de Gisele.

Iriny, agora, foge da polêmica. Ela se auto-exclui do enrosco em que se metera. Sai de fininho no momento mais bonito do espetáculo.

O instante em que o bom senso prevalece sobre a falta do que fazer.

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