Ao discursar na reunião da Cúpula do Ibas, grupo de cooperação multilateral que reúne Índia, Brasil e África do Sul, a presidenta Dilma Rousseff defendeu que as três nações levem uma posição unificada à reunião do G20, que ocorre nos próximos dias 3 e 4 de novembro, em Cannes, na França.
Essa posição, na opinião da presidenta brasileira, deve ser contrária às políticas protecionistas que provoquem a guerra cambial e devem necessariamente ter a orientação de incluir socialmente as populações menos favorecidas. “Nesta Cúpula do G20, precisamos transmitir, em novembro, uma forte mensagem de coesão política e de coordenação macroeconômica. Não podemos ficar reféns de visões ultrapassadas ou de paradigmas vazios de preocupação social, em relação ao emprego e em relação à riqueza dos povos”, disse Dilma.
“A grave crise financeira que hoje vivemos expõe a fragilidade da governança econômica global e as dificuldades que enfrentam as lideranças políticas que estão no epicentro da crise. Como vivemos num mundo globalizado e sofremos as consequências das turbulências do mundo desenvolvido, temos também o direito e o dever de participar da busca de soluções para essa situação de crise. Sabemos ser necessário um acordo credível entre os países europeus, para impedir que a crise fique incontrolável, afetando o mundo”, destacou a presidenta.
Busca da solidez bancária
A declaração foi feita após o encontro com o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, e o primeiro-ministro da Índia, Mohamd Manmohan Singh. Como prioridade para resolver a crise, Dilma destacou a necessidade de os países resolverem suas dívidas e fazerem os devidos ajustes fiscais. “É prioritário solucionar o problema da dívida soberana e reverter o quadro recessivo global. É inadiável a regulamentação do sistema financeiro. É fundamental pôr fim a políticas monetárias que provocam uma verdadeira guerra cambial e estimulam o protecionismo. É importante buscar a consolidação fiscal e a solidez dos sistemas bancários”, disse a presidenta brasileira.
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