Carlomano: "Pimentel quer implodir a aliança para disputar Prefeitura"


Na Assembleia Legislativa não houve outro assunto. Até os opositores defenderam Cid. Alguns opinaram que a aliança PT-PSB está chegando ao fim. Carlomano Marques (PMDB) disse que Pimentel quer exatamente isto para poder ser candidato a prefeito de Fortaleza e, depois, ao governo.
“O governador disse que não compreende a atitude do Pimentel. Com todo o respeito, o senhor sabe”, afirmou Carlomano na tribuna, como que falando diretamente a Cid. “O senhor sabe quais são os motivos, os desejos inconfessáveis do senador. Ele quer implodir a aliança porque quer a todo custo entrar na disputa pela Prefeitura já com desejo de se candidatar a governador. Ele está usando o método da dissimulação”, declarou Carlomano.
Outro peemedebista, Perboyre Diógenes, exortou o PSB a separar-se do PT e lançar candidato em Fortaleza. “É um casamento por circunstância política. Nunca existiu amor. A frase do Pimentel foi para agradar a Luizianne e o PT. É importante que o PSB tenha candidatura própria. Se com a Luizianne não deu certo, imaginem com um poste”. O poste seria o secretário municipal de Educação, Elmano Freitas, tido como o preferido por Luizianne para a sua sucessão.
“Pimentel, eleito graças ao empenho do governador, disse que o governo é incompetente porque deixa recursos federais voltarem a Brasília por falta de projeto. Que aliança é essa?”, perguntou Ely Aguiar (PSDC). “Neste episódio o governador está com a razão”.
Roberto Mesquita (PV) acrescentou: “O senador sabe que o dinheiro da Petrobras não voltou e sabe dos esforços que o governador vem fazendo, sabe dos entraves colocados pelo Sérgio Gabrielli, sabe que o ‘Minha Casa, Minha Vida’ não deslancha porque a Caixa Econômica barra os projetos. Caberia ao senador trabalhar para que a Caixa não barre os projetos”.
JOGANDO PRA PLATEIA
Para Heitor Férrer (PDT), a Assembleia deveria convidar Pimentel para esclarecimentos: “É preciso elucidar se o Estado perdeu recursos por ser ineficiente, ou se o senador, no afã de defender o governo e jogar para a plateia, terminou por cometer uma impropriedade. Apesar de minhas críticas ao governo, tenho a convicção de que a mentira não pauta a vida de Cid”.
Welington Landim (PSB) explicou que o programa “Minha Casa, Minha Vida” é desenvolvido diretamente entre as prefeituras e o governo federal. Nos municípios que não fizeram convênio com a União, o Estado assume a responsabilidade pelas construções. “Nas 109 cidades contratadas pelo governo do Estado não existe atraso e nenhum centavo para ser devolvido”, disse Landim. Ele explicou também que o dinheiro da refinaria é da Petrobras e não do Orçamento da União; portanto, não houve devolução, já que o dinheiro nunca veio: “Sou amigo do senador, mas não sei o que passou pela cabeça dele. Ele equivocou-se”.
Patrícia Saboya (PDT): “Eu me surpreendo ao ouvir um senador dizer que o Ceará devolve dinheiro. Como é que um Estado pode devolver dinheiro que não existe? O governador que me perdoe, mas eu sabia que essa aliança não daria certo.”
A CULPA É DA DIREITA
Aos gritos, açoitando o ar com o dedo em riste, o petista Antonio Carlos, líder do governo, responsabilizou “a direita” pela controvérsia: “É muito engraçado. Empedernidos opositores do governo Cid se travestem agora de defensores do povo cearense. Se utilizam do que talvez tenha sido uma frase mal colocada. Eu não vou fazer o jogo da direita! Daqueles que querem ver a separação das forças progressistas! Não vou fazer o jogo dos espíritos conservadores!”
Segundo o petista, “o senador Pimentel deve ter se equivocado. Isso não tem nada a ver com um posicionamento do PT. Fazer essa associação é fazer o jogo dos que foram derrotados depois da onda neoliberal neste país”.

Deputados com saudade de Tasso
A postura de Pimentel fez com que alguns deputados manifestassem saudade de Tasso Jereissati (PSDB). “Quanta falta faz o senador Tasso em Brasília defendendo este Estado”, disse Ely Aguiar.
“É como diz a música. O governador pagou com traição ao senador Tasso, e agora o senador Pimentel paga com traição ao governador”, declarou Roberto Mesquita.
“Ah, mas como faz falta o senador Tasso”, continuou Patrícia Saboya. “Ô homem bom para o Ceará. Ele não queria saber se era governo ou oposição, pensava no bem do Estado acima de tudo. O que a gente vê agora é senador trabalhando contra os cearenses”.
Perboyre Diógenes anunciou que em 2010 votou em Tasso e Eunício Oliveira (PMDB) para o Senado. “Graças a Deus não perdi meu voto com o Pimentel. Foi Cid quem deu a eleição ao Pimentel, esse senador ingrato”.

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