PT em chamas


Os deputados andam meio entristecidos, olham para a popularidade de Dilma como algo que não é compartilhado com eles, cada vez mais distantes do poder

O governo está bombando perante o eleitorado, a presidente Dilma Rousseff segue lépida e fagueira, liderando sua equipe rumo àquilo que se propôs. O PT, então, é só felicidade, certo? Errado. Os petistas estão infelizes e não é de hoje. No plenário, não é raro ver os deputados em conversinhas meio de lado, com cara de quem não está muito contente. E isso tem motivo: Dilma simplesmente quer que eles compartilhem do seu sucesso, mas sem dividir o poder.

Ontem, eram o líder Jilmar Tatto e o deputado Ricardo Berzoini, ambos do PT paulista , falando sobre reuniões a respeito de vários assuntos. Uma aproximação da imprensa e as conversas cessam. Nenhum dos dois fala de um encontro entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega; o presidente da Câmara, Marco Maia; e o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para tratar do futuro do Banco do Brasil, juros ou poupança, tema que a presidente espera apoio total do PT. No BB, mudanças de diretores deixaram Maia irritado no passado e continuam incomodando.

Por conta dessas e outras troca de comando sem que os políticos sejam, ao menos, comunicados com antecedência, o PT nos bastidores se mostra tão infeliz quanto o PMDB ou outros partidos no que se refere à ocupação de espaços. Não se cansam de repetir   a frase que Dilma disse numa reunião logo na largada de seu governo e que eles simplesmente não levaram a sério: “Na área de bancos e de energia quem manda sou eu”. Esse é um dos motivos da infelicidade do PT.

Da Denise Rotemberg

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