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O arcebisbo de Milão, Angelo Scola, de vermelho, amparando Bento XVI, é um dos candidatos à sucessão
Próximo papa tem de ser eleito por maioria de dois terços no Colégio dos Cardeais
Vários candidatos para suceder a Bento XVI
Vários cardeais católicos europeus, incluindo o arcebispo de Milão Angelo Scola, e vários latino-americanos, entre eles o brasileiro Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, estão entre os possíveis sucessores de Bento XVI, que anunciou esta segunda-feira a sua resignação.
Especialistas,
canonistas e observadores, numa recolha da revista espanhola Iglesia,
apontam também como um dos fortes candidatos o responsável da
Congregação de Bispos desde junho de 2010, o canadiano Marc Ouellet.
Revistas
especializadas, incluindo o semanário católico inglês The Tablet, e
alguma imprensa italiana, começaram, já em 2011, a publicar artigos
sobre os possíveis sucessores de Bento XVI, dando conta da idade
avançada e do estado de saúde do pontífice, eleito em 2005. O número
1024 do Código da Lei Canónica determina que qualquer homem batizado é
elegível para o cargo mas, desde 1378, o papa tem sido sempre eleito
entre os membros do Colégio de Cardeais.
Independentemente
de quem seja eleito, as regras do próximo conclave determinam também
que o futuro papa terá que contar, necessariamente, como um apoio dos
cardeais.
João Paulo II tinha alterado as regras
do conclave para permitir uma eleição por maioria simples mas Bento XVI
alterou as regras, pouco depois de ser eleito, recuperando o modelo
tradicional que requer uma maioria de dois terços. Analistas antecipam
que, nas apostas sobre a sucessão, o debate se centre - como ocorreu
antes da escolha de Bento XVI - na divisão entre os que favorecem um
sucessor europeu e os que apostam num candidato de fora da Europa,
nomeadamente América Latina ou África.
Numa lista
mais ampla, publicada em abril do ano passado, a revista Business
Insider acrescentava outros nomes ao grupo de possíveis sucessores de
Bento XVI, num processo onde votariam 125 cardeais, entre os quais 67
europeus. Entre os favoritos ao cargo está o atual arcebispo de Milão, o
cardeal Angelo Scola, que poderia contar com o apoio do forte bloco de
eleitores italianos - representam cerca de um quarto de todos os
cardeais com direito a voto.
Considerado próximo
de Bento XVI, Scola, 71 anos, foi um dos fundadores da Oasis Foundation,
que procura aproximar teólogos islâmicos e cristãos e tem ocupado
cargos importantes na hierarquia católica italiana.
O
arcebispo de São Paulo, Odilo Pedro Scherer, é outro dos papáveis e,
potencialmente, o candidato latino-americano "mais forte" segundo a The
Tablet, tanto por liderar a maior diocese no maior país católico do
mundo.
Entre os latino-americanos destaca-se
também o cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, 70 anos, e
considerado o João Paulo II latino-americano, devido à sua personalidade
carismática, capacidade linguística e trabalho de promoção dos
ensinamentos sociais da igreja.
Entre os africanos
o melhor classificado é o cardeal Petro Kodwo Appiah Turkson, ganês de
63 anos e atualmente o presidente do Conselho Pontifício para a Justiça e
Paz, que representaria a aposta do Vaticano noutras geografias.
As
apostas incluem ainda na lista de candidatos o franco-canadiano Marc
Ouellet, que lidera desde 2010 a Congregação dos Bispos, foi editor da
Communio, a revista internacional fundada por Joseph Ratzinger.
Responsáveis do Vaticano antecipam que o conclave de eleição do sucessor
de Bento XVI decorra em março.
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