Manchete do Jornal O Estado


Promessa de revolução no ensino municipal
A divulgação do novo calendário letivo das 273 escolas do Município (18 de março deste ano até 10 de janeiro de 2014) foi feita junto a anúncio de fortes mudanças no sistema de ensino, pedagógico e físico


saraoliveira@oestadoce.com.br

O ano letivo de 2013, das 273 escolas da rede municipal de ensino, começa no dia 18 de março e segue até 10 de janeiro de 2014, com apenas 18 dias de férias. O calendário escolar do ano que vem também já está planejado (começando em 3 de fevereiro). As mudanças implantadas pela nova gestão deverão incluir, ainda, o acréscimo de 500 horas aulas, implantação do Programa Mais Educação em todas as escolas até julho e a promessa de aniquilar o analfabetismo.
O planejamento da Secretaria Municipal de Educação (SME) é de que alunos do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental tenham mais uma hora de aula por dia, totalizado mil horas durante o ano.
Para estudantes do 6º ao 9º ano, a expectativa é de que sejam acrescidas mais três horas dentro da escola, com a oferta de atividades optativas do Programa Mais Educação, do Governo Federal.  Para os discentes do 3º ao 5º ano, a SME pretende realizar um redimensionamento de séries, de acordo com as condições de alfabetização de cada um.
O impacto financeiro do novo calendário – e das mudanças que surgem - será de aproximadamente 30% e, de acordo com o titular da SME, Ivo Gomes, o gasto está previsto entre os recursos. Entretanto, o secretário afirmou que a nova gestão ainda está conhecendo as contas da Pasta, principalmente sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O Fundo deve repassar 60% de seus recursos à remuneração dos professores e 40% são aplicados em estrutura das escolas.
PREVENÇÃO A GREVES
O atraso no calendário escolar de Fortaleza há seis anos, decorre, principalmente, de greves protagonizadas pelos professores. Ivo Gomes ressaltou que não poderá garantir a inexistência de outras paralisações, mas priorizará o diálogo. Sua intenção é implantar a mesma política salarial já existente no Governo do Estado, que, segundo ele, baseia-se em negociações que preveem não apenas referentes a um ano, mas todo o período de gestão (quatro anos).

“Todas as reivindicações justas serão atendidas e haverá diálogo até as últimas consequências”, garantiu o secretário. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), de acordo com Ivo Gomes, ainda apresentará uma proposta salarial. “Vamos cruzar as perdas da categoria ao logo dos anos e cruzar com o alcance financeiro que a Secretaria tem”, destacou.
Em janeiro deste ano, a secretária do Sindiute, Ana Cristina Guilherme, afirmou à equipe do jornal O Estado, que o reajuste a ser solicitado era de 25%, somando os 7,97% referentes ao piso salarial e as perdas salariais acumuladas desde a criação da Lei do Piso, em 2008. Ontem, as ligações feitas à secretária para esclarecer as declarações do secretário, não foram atendidas até o fechamento desta edição.
NOVO SISTEMA  PEDAGÓGICO
“Há uma presença, forte, de crianças que estão entre o 3º e 5º ano e não concluíram, com sucesso, o seu ciclo de alfabetização. Se não for a maioria, quase a metade das crianças destas séries não sabem ler nem escrever”, afirmou Ivo Gomes. A revolução prometida para a Educação Municipal quer acabar com este percentual e, para isso, fará modificações significantes, tanto do ponto de vista pedagógico quanto estrutural.

O re-enturmamento de centenas de alunos acontecerá após testes de leitura e escrita individuais. Conforme o secretário, ainda esta semana, haverá reuniões com diretoras das escolas para discutir a questão. Três grupos deverão ser formados: crianças que não são alfabetizadas e estão na idade e série corretas; alunos que não sabem ler e escrever e estão distribuídos nos diversos níveis do Ensino Fundamental; e os que já são alfabetizados e encontram-se na série de acordo com sua idade.
No Mais Educação, aulas de Português, Matemática, Esporte e Cultura serão ministradas durante três horas além da carga horária existente, totalizando 1.100 horas no calendário escolar. O problema de choque entre horários – alunos da manhã e tarde - e o espaço físico para a realização das atividades deverá ser solucionado nos próximos 45 dias. Conforme Ivo Gomes, locais disponíveis serão identificados nos arredores da escola e, caso o lugar encontrado seja longe, “haverá disponibilidade de transporte para os alunos”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário