Pirataria movimenta mais de US$ 500 bi
Entre
os países do bloco Bric, o Brasil (57%) ocupa melhor posição que Índia
(63%), Rússia (63%) e China (77%). O gigante asiático tem uma das
relações mais divergentes de gastos com software legal x ilegal. Isso
porque os chineses compram apenas US$ 2,6 bilhões de forma legítima,
enquanto US$ 8,9 bi em software é pirateado naquele país. Para a
Business Software Alliance (BSA), o valor comercial do software não
licenciado adquirido no Brasil chega a US$ 2,8 bilhões, enquanto o
adquirido de maneira legal, no País, movimenta em torno de US$ 2,5 bi.
De
acordo com Luís Mário Luchetta, presidente da Associação das Empresas
Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro), atualmente, o Brasil
é o que apresenta o melhor índice na América Latina, uma vez que
“apenas” 57% dos softwares utilizados no País são piratas, uma vez que a
média no continente latino-americano estar na faixa dos 63%. “Isso
ainda é um absurdo. O nosso País é o primeiro da região em legalidade,
mas ainda tem um número muito alto de produtos piratas. Se
conseguíssemos reduzir cerca de 10% deste material ilegal comercializado
em território nacional, em quatro anos teríamos uma arrecadação em
torno de US$ 4 bilhões, US$ 888 milhões em recolhimento de impostos e,
aproximadamente, 12.300 postos de trabalho a mais, disponíveis no
setor”, destacou.
IMPACTO NEGATIVO
Ele
disse, ainda, que muita gente utiliza estes produtos pirateados, como
se fosse a coisa mais natural do mundo, sem pensar nos imensos impactos
negativos que a prática acaba provocando em vários setores da economia
nacional. “O pior de tudo é que esta é uma questão cultural, pois muita
gente acha normal a utilização de produtos piratas, quando na realidade
isso é um crime. Afinal, está furtando a propriedade intelectual de
alguém que investiu fortemente em pesquisa, tecnologia, desenvolvimento
de programas, e se achando muito esperto”, lamentou Luís Mário.
A
Assespro representa o mercado nacional de tecnologia empresarial e
tecnologia da informação, e procura focar sua atuação tentando
conscientizar a sociedade que a TI agrega todos os setores, e não apenas
o pessoal que trabalha especificamente com isto. E a aquisição de
produtos falsificados gera inúmeros prejuízos, não apenas atualmente,
como também no futuro. “Na próxima década os programas de software
inteligentes automatizarão a produção em diversos segmentos, e o que é
melhor, sem poluir o meio ambiente. Por isso, é necessário mais rigor na
fiscalização, para conseguirmos reduzir a venda de produtos piratas”,
asseverou o presidente da entidade.
Segundo
Pedro Ivo Frota, proprietário da Ibyte - que fabrica computadores e
notebooks, em Fortaleza -, todos os equipamentos comercializados em suas
lojas saem com softwares originais, especialmente Windows, ou com o
livre, Linux. Entretanto, observa que algumas pessoas não se adaptam ao
segundo, e acabam instalando um programa pirata, que um amigo lhe
emprestou. “Posteriormente, esse equipamento acaba apresentando um
problema e, quando chega à assistência técnica, observamos que houve a
instalação irregular desse tipo de software ilegal, havendo prejuízo
para o cliente, que fica com sua máquina parada. E como ela fica
vulnerável à invasão de vírus, acaba tendo seus arquivos corrompidos. É o
famoso ‘barato que sai caro’, uma vez que é necessário formatar o
computador ou note, além de ter de adquirir um software original e
instalá-lo”, afirmou.
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