Fortaleza tem a maior inflação do Brasil: 1,24%
O índice refere-se à inflação de janeiro. No acumulado, a inflação na Capital cearense, nos últimos 12 meses, chegou a 8,46%
O resultado, embora seja menor em -0,12% do índice registrado em dezembro (1,36%), evidencia a Capital cearense como a maior alta do País – que teve a média de 0,92%, no período -, seguida de Belém e São Paulo, que tiveram alta de 1,17% e 1,02%, respectivamente. Os dados foram divulgados, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Considerando a abrangência geográfica da pesquisa – realizada nas Regiões Metropolitanas do Fortaleza, Belém, Recife, Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Curitiba, além do Distrito Federal e do município de Goiânia -, o índice registrado em Fortaleza foi motivado, principalmente, pelo aumento das tarifas de ônibus urbano (6%) que refletiu parte do reajuste de 10%, em vigor desde 11 de janeiro, para R$ 2,20. Em dezembro o valor da tarifa do transporte coletivo, na Capital, estava a R$ 2,00.
O menor INPC foi o de Brasília (0,49%) em razão da queda de 1,42% nas passagens aéreas, além de outros itens como os ônibus interestaduais, cujas tarifas apresentaram queda de 3,06%. Para o cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 29 de dezembro de 2012 a 29 de janeiro de 2013 (referência) com os preços vigentes no período de 29 de novembro a 28 de dezembro de 2012 (base).
NACIONAL
Em janeiro, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no País, registrou 0,86% e ficou acima da taxa de 0,79% registrada em dezembro de 2012 em 0,07%. Esse é o maior IPCA mensal desde abril de 2005 (0,87%) e o maior dos meses de janeiro desde 2003 (2,25%). Nos últimos 12 meses, o índice foi para 6,15%, acima dos 5,84% relativos aos 12 meses anteriores.
A principal contribuição para a alta da inflação de janeiro veio dos alimentos, cujos preços continuaram subindo. A taxa atingiu 1,99%, superando o resultado de 1,03% de dezembro. O grupo alimentação e bebidas teve impacto de 0,48% no índice, e respondeu por 56% do IPCA. Em 12 meses, a variação do grupo alimentação e bebidas foi de 11,08%, seguido de educação (7,74%) e saúde e cuidados pessoais (6,40%).
Nesse índice, Fortaleza aparece com a segunda maior elevação, com 1,01%, atrás, apenas de Belém (1,06%). No mês, a maior variação foi em alimentação e bebidas, com 2,41%, seguido do setor de transportes (1,78%) e cuidados pessoais (1,52%). Em 12 meses a variação registrada nas duas capitais foram 7,70% e 8,79%, respectivamente.
PERSPECTIVAS
O supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Ceará (Dieese-CE), Reginaldo Aguiar, observa que “não há nada que determine que esteja acontecendo um descontrole inflacionário. Não existe nenhuma perspectiva ou fator que determine, ou que vamos ter grandes alterações nos preços relativos”. Ele explica que a inflação medida pelo INPC – usado pelos trabalhadores –, está demonstrando uma tendência ascendente desde maio para cá. “A partir de junho, temos um comportamento dos preços no varejo estão se elevando do que os preços no atacado, e a tendência é que continue”, destaca.
“Estamos observando um bom desempenho do Comércio, mas não da Indústria”, diz o supervisor do Dieese-CE. Segundo ele, parte dessa elevação de consumo, que faz subir os indicadores de inflação, não está sendo pela compra de produtos industriais, mas por um forte peso do setor Serviços. “Quando a alimentação sobe, temos observado que um dos itens que subiram mais foi a alimentação fora de casa. E a outra que subiu muito foi serviços pessoais e transportes”, acrescenta.
Aguiar acredita que o comportamento futuro vai depender dos agentes econômicos (trabalhadores, empresários e governo) ao longo do ano. “O governo tem sinalizado algumas medidas, como essa da tarifa de eletricidade, no sentido de minimizar esses efeitos, mas, em princípio, não vejo nenhum fator determinante de que a inflação vá a patamares muito mais altos”. Essa pressão, explica Reginaldo, se dá muito no final de ano: “em dezembro houve uma festa no Comércio e, por conta do aumento da renda, 13º etc., esses efeitos ainda perduram um pouco. A partir de agora, quando o ano começa, depois do Carnaval, veremos como a economia reage”, finalizou.
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