Pelo que custam ao nosso bolso senadores poderiam trabalhar


Senadores discutirão atraso das obras

Os senadores estão insatisfeitos com a demora quanto à conclusão das obras de transposição do Rio São Francisco.
Amanhã, a comissão especial do Senado Federal, que acompanha o empreendimento, realizará audiência pública para ouvir os representantes das empreiteiras contratadas. Na oportunidade, serão questionados os motivos do atraso das obras, agora com previsão para 2015, ultrapassando em três anos o prazo fixado no cronograma inicial.
O novo prazo foi confirmado pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) já alertaram que essa meta é possível de ser alcançada, mas depende da melhoria na gestão dos contratos por parte do Ministério e reforço na supervisão das obras.
Segundo o senador Inácio Arruda (PCdoB), membro da comissão especial, a situação do Nordeste devido à seca é crítica e, portanto, é preciso cobrar maior celeridade nas obras de transposição do Rio São Francisco.
“A situação no Nordeste é crítica. Enfrentamos uma seca como há 29 anos não víamos. É preciso acelerar as obras de interligação de bacias do São Francisco. É preciso entendimento dos órgãos públicos, do Ibama, do Ministério Público, de todas essas instituições que têm a responsabilidade do controle, mas que têm que compreender a necessidade de acelerar a realização dessas obras para não deixar a população chegar a esse ponto, como vimos no final do ano passado.
O prejuízo é muito grande para a economia dos Estados nordestinos e suas populações. É preciso compreender essa realidade”, salientou o comunista, acrescentando que,” associado à integração de bacias, também alargar o empreendimento das chamadas cisternas de placas, que é um procedimento que reúne o Governo, associações da sociedade civil, o movimento sindical da região, que pode trabalhar em uma velocidade muito maior para garantir o acesso à água a essas populações”.
OBRA DO PAC
Iniciado em 2007, durante o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto faz parte das prioridades do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A integração do rio São Francisco com bacias hidrográficas do Nordeste visa levar água a municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O projeto inclui a construção de 700 quilômetros de canais, além de adutoras. Está orçado atualmente em R$ 8,2 bilhões, ante um custo inicial estimado em R$ 4,8 bilhões.
Segundo relatório divulgado pela comissão em novembro passado, apenas 43% das obras haviam sido concluídas. Dos nove lotes, quatro se encontravam paralisados. As empresas, porém, alegaram impossibilidade de cumprir os contratos, porque os custos ultrapassaram os valores previstos. Além da audiência pública, a comissão especial pretende vistoriar todos os trechos da obra. Ao final, um novo relatório será divulgado pelo senador Humberto Costa (PT/PE). (Laura Raquel, da Redação).

Agora o preço de cada um

Congressista brasileiro é o segundo mais caro do mundo, diz estudo da ONU

O congressista brasileiro é o segundo mais caro em um universo de 110 países, mostram dados de um estudo realizado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em parceria com a UIP (União Interparlamentar). Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, cada um dos 594 parlamentares do Brasil -- 513 deputados e 81 senadores-- custa para os cofres públicos US$ 7,4 milhões por ano. O custo brasileiro supera o de 108 países e só é menor que o dos congressistas dos Estados Unidos, cujo valor é de US$ 9,6 milhões anuais. No Brasil, por exemplo, salários, auxílios e recursos para o exercício do mandato de um deputado representam 22% do orçamento da Câmara. Entre outros benefícios, deputados brasileiros recebem uma verba de R$ 78 mil para contratar até 25 assessores. Na França -- que aparece em 17º lugar no ranking dos congressistas mais caros -- os deputados têm R$ 25 mil para pagar salários de no máximo cinco auxiliares. Assessores da presidência da Câmara ponderam que a Constituição brasileira é recente, o que exige uma produção maior dos congressistas e faz com que eles se reúnam mais vezes -- na Bélgica, por exemplo, os deputados só têm 13 sessões por ano no plenário. No Brasil, a Câmara tem três sessões deliberativas por semana.

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